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Quarta, 18 Julho 2018 12:40

Insatisfação sexual está na base de muitos casos de infidelidade

A psiquiatra clínica Sónia da Cunha alertou que, em Luanda, é cada vez maior o número de casais que separam e traem por insatisfação sexual e diz que a sexualidade é  assunto que deve ser abordado sem tabus e frequência nas escolas, famílias e nos órgãos de co-municação social.

Numa entrevista ao Jornal de Angola, a médica, que se especializou em Psiquiatria Clínica pela Universidade Estadual de Campinas, adiantou que há pessoas, de ambos os sexos, que traem por não terem a liberdade de estar à vontade  com os parceiros.

Outro problema mencionado por Sónia da Cunha é a existência de um número expressivo de casos de anorgasmia, que é a ausência de orgasmo em pessoas devidamente preparadas e excitadas para o acto  sexual.

“É uma condição em que tanto o homem como a mu-lher não conseguem atingir o pico máximo do prazer, que é o orgasmo”, acentuou a médica Sónia da Cunha, que, recentemente,  publicou, com o pseudónimo Nininha Cunha d’Angola, um livro técnico intitulado “Mulher e anorgasmia - Questões relacionadas com o prazer sexual”, o primeiro de sua autoria. A médica salientou que, em-bora o homem possa ter anorgasmia, a falta de orgasmo afecta mais as mulheres, algumas das quais chegam, durante o acto sexual, a fingir que tiveram orgasmo só para alegrar os parceiros, um gesto que, tem a ver com a educação e a responsabilidade que recebem  e aprendem à volta da ideia de que as mulheres é que têm a missão  de fazer com que o acto sexual corra bem.  

A insatisfação sexual, segundo a médica, pode provocar, sobretudo na mulher, problemas crónicos  de foro emocional, como alteração do humor,  baixa auto-estima, ansiedade, factores que podem desencadear um ciclo de falta de interesse sexual ou de diminuição da libido.A médica deu ênfase ao facto de a insatisfação sexual poder influenciar na “procura incessante de novos parceiros sexuais”, podendo a mulher, mesmo assim, não encontrar satisfação, um problema que pode gerar frustrações prolongadas.

“A mulher acha que  a culpa  é dela e sofre muito”, afirmou a médica, que disse estar, como médica, a observar em Angola um certo egoísmo por parte de homens que durante o acto sexual só pensam na sua satisfação.

Na sua opinião, a mulher deve ser autêntica durante o acto sexual e não deve ficar mais preocupada do que o parceiro em dar mais prazer do que receber.

 “Há mulheres que, por causa da educação que receberam na família, têm receio de que o parceiro descubra que estão insatisfeitas”, acentuou a psiquiatra clínica, adiantando que as mulheres que agem dessa forma são, sobretudo, casadas e que têm educação religiosa. JA

 

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Last modified on Quarta, 18 Julho 2018 12:59