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Sexta, 10 Janeiro 2014 19:51

ONU critica Israel por perseguição a africanos

Africano preso no protesto em Israel Africano preso no protesto em Israel

A agência de refugiados da ONU considerou sexta-feira que Israel poderá estar a violar a lei internacional devido às novas regras que permitem a detenção indeterminada dos requerentes de asilo.

De acordo com a legislação aprovada em Dezembro, e que motivou protestos em massa dos africanos que trabalham em Israel, todos os imigrantes que cheguem ilegalmente ao país poderão ficar detidos sem julgamento durante um ano.

O porta-voz do alto comissariado da ONU para os refugiados (ACNUR), Adrian Edwards, considerou hoje em Genebra que as novas regras poderão implicar detenção definitiva.

Israel também inaugurou um vasto complexo prisional em Holot, no deserto do Negev, destinado aos novos imigrantes e aos que já se encontram no país e sejam acusados de "perturbação da ordem pública".

"Pelo facto de Holot estar a receber pessoas que não podem regressar aos seus países de origem por motivos relacionados com os regressos não forçados, preocupa-nos que este novo estabelecimento implique na práatica a detenção indefinida e sem perspetivas de libertação", referiu em declarações aos media.

"A detenção indefinida contraria certamente as normas dos direitos humanos", acrescentou.

O governo direitista israelita afirmou-se disposto a promover a repatriação de imigrantes ilegais, ao considerar que constituem uma ameaça ao "carácter" do Estado judaico, mas os críticos contrapõe que as autoridades estão a ignorar os argumentos dos requerentes de asilo.

De acordo com o ACNUR, cerca de 53.000 refugiados e requerentes de asilo encontram-se atualmente em Israel.

A maioria atravessou a fronteira do deserto com o Egito, antes da finalização em 2013 pelos israelitas de uma sofisticada barreira entre os dois países.

Perto de 36.000 são provenientes da Eritreia, cujo regime tem sido sistematicamente acusado por responsáveis internacionais de abusos dos direitos humanos. Outros 14.000 são resultantes do prolongado conflito no Sudão.

Lusa /A24 

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