De acordo com os resultados divulgados pelo CENI (Comissão Eleitoral Nacional Independente), em dezembro, Félix Tshisekedi foi reeleito para um segundo mandato de cinco anos, obtendo 73,34% dos votos, tomando hoje posse na presença de diversos chefes de Estado, entre os quais os lusófonos João Lourenço (Angola), Umaro Sissoco Embaló (Guiné-Bissau) e Carlos Vila Nova (São Tomé e Princípe).
Desde que foram publicados os resultados parciais que a oposição tem criticado o processo, alegando a existência de fraude eleitoral neste país que faz fronteira com Angola.
Na quinta-feira, três candidatos da oposição derrotados nas eleições apelaram aos congoleses para hoje demonstrarem o seu “descontentamento” e protestarem contra o que descrevem como um “roubo eleitoral”.
Os opositores – Moïse Katumbi, Martin Fayulu e Floribert Anzuluni – não convocaram manifestações ou marchas, mas pediram “a todos, onde quer que estejam, que mostrem o seu descontentamento, que se levantem e digam não”.
Uma manifestação tinha sido planeada para 27 de dezembro, em Kinshasa, pela oposição, mas foi proibida pelas autoridades.
As quatro eleições que decorreram em simultâneo a 20 de dezembro tinham 43,8 milhões de eleitores registados para elegerem o presidente, o parlamento e os representantes nas assembleias regionais e nos conselhos locais.
A União para a Democracia e o Progresso Social (UDPS), partido de Tshisekedi, também conquistou a maioria dos assentos na Assembleia Nacional nas polémicas eleições.
Tshisekedi, filho do histórico líder da oposição Étienne Tshisekedi, falecido em 2017, concorreu a um segundo mandato contra um total de 21 candidatos, depois de uma campanha eleitoral marcada pela desconfiança sobre o papel da comissão eleitoral e por episódios de violência durante vários eventos de campanha dos opositores mais proeminentes.
A União Europeia reconheceu a reeleição de Félix Tshisekedi, após os resultados eleitorais confirmados pelo Tribunal Constitucional da RDCongo, mas apelou à CENI e às autoridades judiciais para que respondam às preocupações expressas pelos observadores e investiguem "de forma justa e transparente" todas as alegações de irregularidades, incluindo as de fraude e violência.
Os 27 recordam que várias missões de observação eleitoral documentaram "numerosos casos de irregularidades e incidentes" que afetaram "todo" o processo eleitoral.
Também o Governo dos Estados Unidos felicitou Félix Tshisekedi, pedindo, igualmente, às autoridades para investigarem as denúnicas de irregularidades e incidentes.