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Terça, 16 Setembro 2014 21:35

Dhlakama avisa que não aceitará terceiro acordo de paz

O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, garantiu hoje em Chimoio, Manica, centro de Moçambique, que não aceitará um terceiro acordo de paz, após o primeiro assinado há 21 anos e o segundo há menos de duas semanas.

«Em 1992 assinei o acordo de Roma com (Joaquim) Chissano para implementar o multipartidarismo e agora, a 05 de setembro, um outro com (Armando) Guebuza para despartidarizar o Estado e as forças de segurança. Este deve ser o último», declarou Afonso Dhlakama.

Falando hoje num comício em Chimoio e que marca o arranque da sua campanha para as eleições gerais de 15 de outubro, depois de reaparecer em público há duas semanas, o líder da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), principal partido da oposição em Moçambique, disse que a «assinatura do segundo acordo demonstra brincadeira e falta de seriedade do Governo com o povo».

"Já não quero mais ouvir falar de acordos, este segundo deve ser o último", afirmou Afonso Dhlakama, cujo discurso foi interrompido várias vezes por aplausos de milhares de pessoas que encheram o estádio municipal de Chimoio.

Segundo o líder da Renamo, o segredo para não haver um terceiro acordo está no voto popular a 15 de outubro e que vai ditar que o novo entendimento, assinado a 05 de setembro, seja implementado, cumprido e respeitado.

"A decisão está no vosso voto, pois o povo é soberano, é que escolhe, é que pede para ser bem governado", disse Afonso Dhlakama num discurso curto, tanto em português como em chiduma, a língua falada na Gorongosa (Sofala), onde esteve nos últimos dois anos, quase metade dos quais escondido.

O presidente da Renamo libertou hoje duas pombas brancas, que sobrevoaram o estádio de futebol, e depois desapareceram, como símbolo da efetivação da paz, sustentando que é o lutador da democracia e libertador de Moçambique.

"Votem em Afonso Dhlakama e na Renamo. Assim não haverá um terceiro acordo", disse à multidão, que esperou longamente pelo comício, iniciado três horas depois da hora marcada.

Moçambique encontra-se em campanha eleitoral desde 31 de agosto para as eleições gerais (presidenciais, legislativas e assembleias provinciais) marcadas para 15 de outubro.

Dhlakama começou a campanha com mais de duas semanas de atraso, aguardando o fim das negociações com o Governo para o fim das confrontações militares que assolaram o país durante mais de um ano e meio.

O líder da Renamo só abandonou o seu refúgio na Gorongosa a 04 de setembro, acompanhado por membros do corpo diplomático e da comunidade de Santo Egídio, tendo assinado no dia seguinte em Maputo com o Presidente da República, Armando Guebuza, o acordo para o fim das hostilidades militares.

LUSA

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