Num artigo publicado na segunda-feira pelo diário italiano La Repubblica, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso afirmou que o chefe de Estado russo não quis responder às perguntas sobre a presença de soldados russos na Ucrânia e ameaçou: "Se eu quiser, conquisto Kiev em duas semanas".
"Isso não é correto e vai além da prática diplomática, caso tenha acontecido. Isso não está ao nível de uma personalidade política séria", declarou à imprensa Iuri Uchakov, conselheiro do Kremlin para as questões internacionais.
"Independentemente de estas palavras terem sido pronunciadas ou não, penso que estas citações foram tiradas do contexto e tinham um significado totalmente diferente", denunciou Uchakov.
O conflito no leste da Ucrânia, entre as tropas de Kiev e separatistas pró-russos, causou perto de 2.600 desde meados de abril e centenas de milhares de refugiados e deslocados.
Na última semana, Kiev e os países ocidentais acusaram, com base em imagens de satélite, Moscovo de ter destacado tropas regulares no leste da Ucrânia. A NATO aponta para mais de mil homens, Kiev para 1.600. As autoridades russas negaram categoricamente.
A escalada ocorre antes da cimeira da NATO, na quarta e quinta-feira, no Reino Unido, durante a qual se devem reunir os presidentes da Ucrânia, Petro Porochenko, e dos Estados Unidos, Barack Obama.
A Ucrânia, que relançou o processo de adesão à Aliança Atlântica, espera uma "ajuda prática" e "decisões cruciais" no final da cimeira.
LUSA