Nos últimos dias, o país vinha registrando uma queda quase constante no número de mortos, com 712 mortes na quinta-feira, 683 na quarta-feira, 743 na terça e 602 na segunda.
O número total de casos confirmados aumentou para 86.498 em relação aos 80.539 anteriores, ultrapassando o total da China, onde a epidemia de coronavírus surgiu no final do ano passado. Os Estados Unidos já tinham superado a China na quinta-feira como o país do mundo com o maior número de casos.
Segundo uma nova contagem da AFP, a Europa já atingiu o número de 300 mil mortes pela pandemia.
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Mais cedo, o prefeito de Milão, Giuseppe Sala, admitiu que pode ter errado ao apoiar a campanha "Milão não para" que, há um mês, a incentivou os habitantes da cidade a continuar com suas atividades normais, mesmo em meio à pandemia no novo coronavírus.
Impulsionada por figuras como Matteo Salvini, expoente da extrema direita europeia, a campanha ganhou força após Roma criar, em 23 de fevereiro, um cordão sanitário ao redor de 11 cidades da Lombardia — as primeiras medidas de distanciamento social no país. Até que a Itália entrasse em quarentena no dia 8 de março, as orientações do governo central, liderado pelo premier Giuseppe Conte, e das autoridades locais eram conflitantes.
Na ocasião, a região da Lombardia, na qual Milão fica localizada, tinha 250 pessoas infectadas pelo vírus, com 12 mortes. Nesta sexta, os casos da doença confirmados na região chegaram a 37.298, com 5.402 mortes. Apenas nas últimas 24 horas, a Covid-19 matou 541 pessoas na região, segunda pior estatística desde que a epidemia começou. Na véspera, o númeoro de óbitos havia sido de 387.
Após um dia de queda, as mortes registradas na Espanha também voltaram a crescer nas últimas 24 horas, atingindo o recorde de 769 em um dia no país. Com isso, o número total de mortos chegou a 4.858, com 64.059 casos registrados da doença. Em paralelo, a crise vem se agravando na vizinha França, onde os hospitais estão à beira do colapso. Frente à crise e ao temor de uma nova onda de contágios, o governo francês anunciou a prorrogação do confinamento do país até ao menos 15 de abril.