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Sábado, 01 Janeiro 2022 11:28

Retro: João Lourenço descarta adiamento das eleições de 2022

Face às suspeições sobre um suposto adiamento das eleições previstas para 2022, alimentadas pela oposição, o Presidente da República descartou logo a possibilidade, tendo-a considerado sem fundamento.

Falando para os jornalistas, no final da visita efectuada, em Agosto último, às obras das futuras instalações da Comissão Nacional Eleitoral, no Bairro dos Coqueiros, centro da cidade, o Chefe de Estado prometeu que as eleições gerais vão realizar-se em 2022, tal como estão previstas.

"Não há nada de verdade na suspeição que se pretende levantar. Ninguém faz um investimento tão grande, quanto este, para depois não lhe dar o devido uso”, salientou o Titular do Poder Executivo, referindo-se às obras em curso no espaço da antiga fábrica de refrigerantes Mission. "Se não realizarmos as eleições, o que é que vamos fazer com esta infra-estrutura, que custou caro aos cofres do Estado e que fica pronta em Abril do próximo ano?” perguntou.

Revisão pontual da Constituição

Outra acção protagonizada pelo Presidente, que ficará gravada, de forma indelével, sem desprimor a outras, é a revisão pontual da Constituição da República, que vai permitir, pela primeira vez, cerca de 400 mil angolanos na diáspora exercerem o direito de voto nas eleições gerais previstas para 2022.

Aqui, chama a atenção o facto de a revisão ser feita numa altura em que o Presidente da República está a terminar o primeiro mandato de cinco anos e com a possibilidade de concorrer a apenas mais um, tal como estabelece a Lei Magna, e, em função disso, não mexer no artigo sobre o número de mandato do Chefe de Estado.

É raro, em África, mexer-se na Constituição sem se atacar a questão do alargamento do tempo de mandato do Presidente, situação que tem mergulhado muitos países do continente em conflitos.

Com este gesto, João Lourenço mostrou ser desapegado ao poder, bem como deu provas de que respeita e cumpre o que a Constituição determina. A Constituição estabelece que o mandato do Presidente da República tem a duração de cinco anos, podendo ser exercido até duas vezes.

A revisão, esclareceu o Presidente a 2 de Março de 2021, na abertura da 2ª Sessão Ordinária do Conselho de Ministros, visou, entre outras, preservar a estabilidade social e a consolidação dos valores fundamentais do Estado Democrático e de Direito, clarificar o modelo de relacionamento institucional entre o Presidente da República, enquanto Titular do Poder Executivo, e a Assembleia Nacional, no que respeita à fiscalização política; consagração do direito de voto aos cidadãos angolanos residentes no exterior; a afirmação constitucional do Banco Nacional de Angola como Entidade Administrativa Independente do Poder Executivo; eliminação do princípio do gradualismo como um princípio constitucional condutor do processo de institucionalização efectiva das autarquias locais e a constitucionalização de um período fixo para a realização das eleições gerais.

Disse, ainda, que se pretende, com a revisão pontual da Constituição, preservar a estabilidade dos princípios fundamentais, adaptar algumas das normas à realidade vigente, mantendo-a ajustada ao contexto político, social e económico, clarificar os mecanismos de fiscalização política e melhorar o relacionamento institucional entre os órgãos de soberania, bem como corrigir algumas insuficiências.

O Presidente acrescentou que a ideia é ter uma melhor Constituição, a fim de continuar a ser o principal instrumento de estruturação da sociedade angolana, capaz de congregar os angolanos em torno do projecto comum de sociedade, a construção de uma sociedade de paz, justiça e progresso social.

Covid-19: João Lourenço apela a comunidade internacional para evitar o pior

O Presidente da República, João Lourenço, afirmou  que espera que a nova consciência seja determinante para uma tomada de posição firme e coordenada de toda a comunidade internacional, face à ameaça representada pela expansão do vírus e das suas variantes.

Em declarações à RTP, por ocasião da Quadra Festiva, o Chefe de Estado angolano chamou a atenção também à pobreza e às desigualdades sociais e económicas, à crise climática, ao ressurgimento de regimes extremistas, ao fundamentalismo político e religioso e a todas as formas de opressão e exploração do ser humano.

Dirigindo-se aos telespectadores de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Portugal, Brasil, Timor Leste e Guiné Equatorial, que considerou países unidos não só pela língua e a cultura mas, acima de tudo, por profundos laços de amizade e de solidariedade, João.

Lourenço lembrou que a actual pandemia demonstra, de forma clara e inequívoca, a dependência de uns dos outros. Segundo o Presidente da República, só juntos se pode fazer face a todos os desafios que se perfilam no horizonte, na salvaguarda da comum Humanidade e do planeta. "É triste e lamentável que tenha sido um vírus a despertar a nossa consciência para essa realidade”, sublinhou.

O Chefe de Estado destacou que a pandemia que assolou todo o mundo, atravessando fronteiras e continentes, reforçou de forma quase escandalosa a evidência de quão desigual, desequilibrada e egoísta é ainda a actual Ordem Internacional.

Reiterou que os homens escolheram sempre o final de cada ano e início de um novo ano para lançarem um olhar retrospectivo ao já vivido e anunciarem as suas esperanças e expectativas para o futuro imediato.

Cumprindo essa tradição num espírito fraternal, João Lourenço lembrou que é preciso que se admita que não têm sido fáceis os tempos nestes dois últimos anos: "Unidos venceremos mais este desafio da luta contra a pandemia, que ameaça a saúde pública, ameaça nossas economias, nossa existência”.

Saudou, em particular, os cidadãos da comunidade de países falantes da língua portuguesa irmanados neste projecto comum, desejando que celebrem a Quadra Festiva num renovado espírito de entreajuda e solidariedade para com os mais necessitados e na certeza de que se vão continuar unidos.
"Desejo a todos um Feliz e Próspero Ano Novo!”, concluiu o Presidente João Lourenço, na sua última mensagem de 2021.

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