Uma fonte do NJ junto de altos canais diplomáticos russos desmente a informação e diz que a Missão Diplomática da Rússia em Angola não recebeu qualquer "notificação oficial "das autoridades angolanas sobre o assunto e que nem lhes foi permitido estabelecer contacto com os detidos, MIREX diz que sim, mas não diz quando e como.
O Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), o Instituto de Comunicação Social da África Austral, na sigla inglesa (MISA-Angola), e a Comissão de Carteira e Ética (CCE) estão preocupados com as detenções de jornalistas angolanos pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), que afirma que continuará a deter profissionais da comunicação social por alegado envolvidos em actos de terrorismo e promoção de manifestações e pilhagem, num processo que as autoridades dizem ter à testa dois cidadãos russos pertencentes à organização África Politology.
O especialista angolano em relações internacionais Osvaldo Mboco disse hoje que a detenção de cidadãos russos em Angola não deverá originar um incidente diplomático entre ambos os países, se os suspeitos tiveram tratamento humanitário e forem provadas as acusações.
O Serviço de Investigação Criminal (SIC) deteve o presidente da Associação dos Taxistas e Lotadores de Angola (ATLA), Leonardo Lopes (Ti-Leo), de 43 anos, pelos crimes de associação criminosa, incitação à violência, atentado contra a segurança nos transportes e terrorismo.
O Serviço de Investigação Criminal (SIC) deteve mais três cidadãos nacionais por alegada associação criminosa, falsificação de documentos, terrorismo e financiamento ao terrorismo. Entre os detidos há um jornalista e fundador de uma associação que escolariza centenas de crianças que estavam fora do sistema de ensino.
Relatório do Departamento de Estado dos EUA acusa Angola de mortes arbitrárias, detenções ilegais e censura à imprensa, em 2024. Mas o ativista Florindo Chivucute diz que a situação piorou de lá para cá.
A Ordem dos Advogados de Angola (OAA), que mobilizou mais de 600 advogados para defesa dos cidadãos detidos e acusados de vandalismo, arruaças, pilhagens, sabotagens, resistência contra as autoridades nos os tumultos de Julho, afirma que muitos arguidos estão a ser condenados sem provas, "apenas para mostrar autoridade", e denuncia violações dos direitos humanos nas esquadras de polícia.