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Sábado, 02 Julho 2016 07:49

Acesso a divisas em angola em mínimos de 24,2 milhões de dólares por dia

Os bancos angolanos renovaram em maio mínimos no acesso a moeda estrangeira, que rondou os 24,2 milhões de dólares (22 milhões de euros) por dia, segundo dados do Banco Nacional de Angola, compilados hoje pela agência Lusa.

De acordo com a mesma informação, no mês de maio, os bancos comerciais angolanos adquiriram divisas no valor de 787,55 milhões de dólares (707 milhões de euros) no mercado cambial, o que por si só representou uma redução de 5,91% face a abril.

Deste total, 611,61 milhões de dólares (650 milhões de euros) foram vendidos diretamente pelo BNA - para fins previamente definidos - , enquanto os restantes quase 174 milhões de dólares (156,3 milhões de euros) foram adquiridos pelos bancos comerciais aos clientes, sobretudo petrolíferas estrangeiras que operam em Angola.

O volume de divisas adquiridas pelos bancos comerciais angolanos já tinha caído para metade em março (790 milhões de dólares), face ao mesmo mês de 2015, ano já então marcado pelos efeitos da crise petrolífera.

Angola enfrenta uma crise financeira e económica com a forte quebra (50%) das receitas com a exportação de petróleo, devido à redução da cotação internacional do barril de crude, tendo em curso várias medidas de austeridade. A quebra no acesso a divisas foi uma das consequências da crise petrolífera.

Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana, com cerca de 1,7 milhões de barris de crude por dia.

A taxa oficial de câmbio no país ronda há várias semanas os 166 kwanzas por cada dólar norte-americano, enquanto o mercado informal, a única solução face à falta de divisas nos bancos, cobra três vezes mais, perto dos 600 kwanzas.

A preocupação com as consequências da situação cambial atual foi enfatizada a 14 de junho por Ricardo Velloso, chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) que esteve em Luanda a conduzir negociações, ainda não concluídas, para um programa de assistência solicitada pelo Governo angolano.

"Não olhamos a taxa de câmbio no mercado paralelo como uma indicação do que deve ser a taxa de câmbio oficial, ainda há muita especulação e pressão pontual nesse mercado, que é muito limitado. Mas há espaço, do ponto de vista da taxa oficial, para mais ação por parte do BNA, para diminuir a pressão que existe", apontou o economista brasileiro.

Admitiu igualmente que as "restrições administrativas existentes para aceder a divisas à taxa oficial", tendo em conta que os bancos não disponibilizam e os leilões do BNA são reduzidos face à procura, "constituem um constrangimento à atividade e diversificação económicas" e "precisarão de ser levantadas gradualmente".

"A nossa recomendação também é que o BNA use um pouco mais das suas reservas internacionais para diminuir a pressão que existe a curto prazo", disse.

As Reservas Internacionais Líquidas (RIL) angolanas - moeda estrangeira que permite nomeadamente a aquisição ao exterior de matéria-prima para as indústrias e produtos alimentares - caíram cerca de seis mil milhões de euros desde 2014, cifrando-se em maio nos 24.408 milhões de dólares (21,6 mil milhões de euros).

© Lusa

 

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