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Terça, 07 Junho 2016 22:19

Isabel dos Santos nega rombo de US$ 50 mil milhões de dólares na Sonangol

Isabel dos Santos, presidente da petrolífera angolana Sonangol, desmentiu, esta terça-feira, pelo Twitter, que tenham sido detetadas imparidades na empresa no valor de 44 mil milhões de euros.

Em causa está uma notícia do jornal "Valor Económico", publicada hoje pela imprensa internacional, sobre uma avaliação do comité de reestruturação da Sonangol - que Isabel dos Santos já integrava antes da posse como presidente do conselho de administração - que terá encontrado este buraco nas contas da empresa, o equivalente a metade de toda a riqueza produzida em Angola num ano (Produto Interno Bruto).

Confrontada pelos jornalistas na segunda-feira, após a tomada de posse, com esta notícia - que alega discrepâncias entre os fundos recebidos e os investidos pela petrolífera, sobrevalorização de ativos e contratos prejudiciais para o Estado -, Isabel dos Santos não se pronunciou, mas fez o desmentido através do Twitter.

Contudo, em comunicado emitido hoje, a assessoria de imprensa da Sonangol escreve que a administração da petrolífera estatal angolana "desmente categoricamente" a notícia sobre a existência destas imparidades e que a avaliação feita pelo Comité de reestruturação tenha detetado discrepâncias entre os fundos recebidos e investidos pela empresa pública.

"O Comité não efetuou qualquer análise financeira detalhada pelo que é absolutamente falso e descabido o teor da notícia veiculada", enfatiza-se no comunicado.

Recorda que o trabalho do Comité de Avaliação e Análise para o Aumento da Eficiência do Setor Petrolífero teve como propósito a identificação de "novas formas de organização" para "tornar o setor competitivo e atrativo para os operadores internacionais", melhorando a "performance" da Sonangol.

"Adicionalmente, pretendeu-se identificar formas de se estabelecer capacidade de produção interna, de apoio à indústria petrolífera em Angola, reduzindo por esta via as importações e custos produtivos", lê-se ainda.

A petrolífera estatal de Angola apresentou uma queda de 34% na receita do ano passado, face a 2014, registando igualmente uma descida dos lucros na ordem dos 45%, atribuíveis principalmente à queda do preço do petróleo.

A receita total da Sonangol em 2015 foi de 2,2 biliões de kwanzas (11,9 mil milhões de euros).

Na segunda-feira, depois de tomar posse como presidente do conselho de administração e administradora não executiva da Sonangol, a empresária e filha do chefe de Estado angolano, Isabel dos Santos, explicou que o modelo de reestruturação da Sonangol prevê a criação de uma holding operacional, outra de apoio e serviços logísticos e a função concessionária do setor petrolífero propriamente dito, para "aumentar a rentabilidade, a eficácia a transparência" da empresa.

Como presidente da comissão executiva - novo órgão entretanto criado pelo Governo angolano para a petrolífera estatal -, e administrador executivo, tomou posse Paulino Fernando de Carvalho Jerónimo, que transita do conselho de administração anterior, que era liderado desde 2012 por Francisco de Lemos José Maria, exonerado das funções quinta-feira pelo chefe de Estado angolano.

A nova equipa da Sonangol é composta ainda pelos administradores executivos César Paxi Manuel João Pedro, Eunice Paula Figueiredo Carvalho, Edson de Brito Rodrigues dos Santos, Manuel Luís Carvalho de Lemos, João Pedro de Freitas Saraiva dos Santos e Jorge de Abreu.

Conta ainda com os administradores não executivos José Gime, André Lelo e Sarju Raikundalia.

Lusa

 

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