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Quinta, 19 Março 2015 21:40

Ricardo Salgado: "Não havia dinheiro perdido" no BESA

O ex presidente do BES diz que a área internacional era acompanhada permanentemente po Amilcar Morais Pires e que o Novo Banco renegociou muito mal os 3,3 mil milhões de euros que estavam em Angola depois de cair a garantia soberana do Estado angolano.

O ex-presidente do BES quando questionado sobre onde para o dinheiro que o BES emprestou ao BES angola, pelo deputado do PS, pedro Nuno Santos, afirma que "não havia dinheiro perdido".  Adianta que os financiamentos se destinavam a apoiar empresários portugueses e angolanos e uma outra parte foi investida em dívida soberana angolana. Ricardo Salgado referia -se a cerca de 3,3 mil milhoes de euros , dos quais 1,5 mil milhões aplicados em dívida soberana de Angola.

Ainda desviou as atenções para uma operação sindicada pelo BES em 2004, estava o PSD no governo, para reembolsar dívida atrasada a empresários portugueses, no valor de 2,2 mil milhões de dólares , tendo sido colocados num veículo 700 milhões de dolarescomo garantia, da operação, em barris de petróleo. "O BES ajudou a pagar todos estes atrasos". Este atalho serviu para dizer que " não era novidade que as operações de crédito com Angola podiam ascender a montantes elevados".

De volta à questão colocada, sobre onde foram parar os 3,3 mil milhões, referiu que "a aplicação de 1,5 mil milhões de dólares em divida soberana angolana deve ter sido paga".  E sobre se o dinheiro foi para à familia para que esta pudesse ir aos aumentos de capital do BES, e sobre a saída de dinheiro para si, Morais Pires, e Alvaro Sobrinho recusa a ideia. "Ó senhor deputado no que diz respeito à minha pessoa e à do dr. Morais Pires, não respondo por ele , mas conheço a probidade do homem e a sua qualificação técnica. Para mim e Morais Pires , não".

E volta a retir uma ideia batida. "É inadmissivel que o Banco de Portugal esteja a construir o processo na imprensa ( a propósito da divulgacao da auditoria forense da Deloitte) . Os recursos que recebi foram divulgados na imprensa do dr. Álvaro Sobrinho. Não recebi nem mais um centavo".

 Ricardo Salgado aproveita para dizer que tendo em conta esta situação e o facto de não ter tido conhecimento oficioso sobre a mesma , nem tempo para diferir a informação, "não permite que me pronuncie sobre o seu conteúdo".

Ricardo Salgado tem como objetivo nesta sua intervenção colocar em destaque a  atuação do Banco de Portugal ao longo dos últimos meses, nomeadamente, desde o início de 2014. E prossegue repetindo que "é inadmissível que uma parte interessada, o BdP, em relação ao segundo capitulo da auditoria da Deloitte relativa ao BES Angola, tenha noticiado há menos de 48 horas as conclusões sobre a mesma e que esta assente inacreditavelmente em notícias veiculadas pela comunicação social ".

Não se inibe de dizer que o Novo Banco fez "uma negociação desastrosa dos creditos com Angola. Recebeu 650 milhões". Na verdade irá receber porque parte do dinheiro acordado com a  administração de Eduardo Stock da Cunha será pago a médio prazo.

E acaba por dizer o seguinte para a plateia dos deputados: "para vós é difícil terem alguma ideia mais positiva desta desagraça toda ter acontecido". 

Expresso

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