O ex-presidente do BES quando questionado sobre onde para o dinheiro que o BES emprestou ao BES angola, pelo deputado do PS, pedro Nuno Santos, afirma que "não havia dinheiro perdido". Adianta que os financiamentos se destinavam a apoiar empresários portugueses e angolanos e uma outra parte foi investida em dívida soberana angolana. Ricardo Salgado referia -se a cerca de 3,3 mil milhoes de euros , dos quais 1,5 mil milhões aplicados em dívida soberana de Angola.
Ainda desviou as atenções para uma operação sindicada pelo BES em 2004, estava o PSD no governo, para reembolsar dívida atrasada a empresários portugueses, no valor de 2,2 mil milhões de dólares , tendo sido colocados num veículo 700 milhões de dolarescomo garantia, da operação, em barris de petróleo. "O BES ajudou a pagar todos estes atrasos". Este atalho serviu para dizer que " não era novidade que as operações de crédito com Angola podiam ascender a montantes elevados".
De volta à questão colocada, sobre onde foram parar os 3,3 mil milhões, referiu que "a aplicação de 1,5 mil milhões de dólares em divida soberana angolana deve ter sido paga". E sobre se o dinheiro foi para à familia para que esta pudesse ir aos aumentos de capital do BES, e sobre a saída de dinheiro para si, Morais Pires, e Alvaro Sobrinho recusa a ideia. "Ó senhor deputado no que diz respeito à minha pessoa e à do dr. Morais Pires, não respondo por ele , mas conheço a probidade do homem e a sua qualificação técnica. Para mim e Morais Pires , não".
E volta a retir uma ideia batida. "É inadmissivel que o Banco de Portugal esteja a construir o processo na imprensa ( a propósito da divulgacao da auditoria forense da Deloitte) . Os recursos que recebi foram divulgados na imprensa do dr. Álvaro Sobrinho. Não recebi nem mais um centavo".
Ricardo Salgado aproveita para dizer que tendo em conta esta situação e o facto de não ter tido conhecimento oficioso sobre a mesma , nem tempo para diferir a informação, "não permite que me pronuncie sobre o seu conteúdo".
Ricardo Salgado tem como objetivo nesta sua intervenção colocar em destaque a atuação do Banco de Portugal ao longo dos últimos meses, nomeadamente, desde o início de 2014. E prossegue repetindo que "é inadmissível que uma parte interessada, o BdP, em relação ao segundo capitulo da auditoria da Deloitte relativa ao BES Angola, tenha noticiado há menos de 48 horas as conclusões sobre a mesma e que esta assente inacreditavelmente em notícias veiculadas pela comunicação social ".
Não se inibe de dizer que o Novo Banco fez "uma negociação desastrosa dos creditos com Angola. Recebeu 650 milhões". Na verdade irá receber porque parte do dinheiro acordado com a administração de Eduardo Stock da Cunha será pago a médio prazo.
E acaba por dizer o seguinte para a plateia dos deputados: "para vós é difícil terem alguma ideia mais positiva desta desagraça toda ter acontecido".
Expresso