"Prevemos que a produção de petróleo em Angola vá aumentar ligeiramente em 2%, de 1,1 milhões de barris por dia em 2023, para 1,12 milhões de barris este ano, apesar de haver vários riscos", escrevem os analistas na mais recente atualização das projeções macroeconómicas para este país lusófono.
A queda registada no ano passado, de 3,6%, "deve-se principalmente às planeadas obras de manutenção no campo Dalia, operado pela TotalEnergies", consideram os analistas no comentário, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso.
O departamento africano da Oxford Economics prevê que as receitas das exportações de petróleo no ano passado tenham caído 27,1%, para 34,6 mil milhões de dólares (31,9 mil milhões de euros), uma queda explicada pelos valores elevados do petróleo em 2022, na sequência dos efeitos da pandemia e à invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022.
"No entanto, para este ano prevemos um ligeiro aumento de 1,3%, para 35,1 mil milhões de dólares [32,4 mil milhões de euros], com o PIB real a crescer de 0,8% em 2023 para 2,4% em 2024, devido à moderada recuperação na produção petrolífera e um contínuo crescimento da economia não petrolífera", acrescentam os analistas.
As previsões dos analistas surgem na semana seguinte ao Governo de Angola ter apresentado os dados provisórios relativamente às receitas petrolíferas do ano passado, que apontavam para uma queda de 21,3% face a 2022 devido à redução do preço e da produção.
Os resultados preliminares das receitas petrolíferas de Angola foram avançados no dia 24 pelo secretário de Estado para os Petróleos e Gás angolano, José Barroso, e dão conta de que Angola exportou 386,42 milhões de barris de petróleo bruto em 2023, ao preço médio de 81,3 dólares (74,7 euros) por barril, tendo arrecadado 31,4 mil milhões de dólares (28,8 mil milhões de euros).
No ano anterior, o país tinha exportado aproximadamente 391,92 milhões de barris de petróleo bruto, comercializado ao preço médio de 101 dólares [93 euros] por barril, perfazendo um valor bruto de cerca de 39,9 mil milhões de dólares norte-americanos [36,8 mil milhões de euros ao câmbio da altura]".
A China, que absorveu cerca de 57% das exportações petrolíferas angolanas, voltou a ser o principal destino do petróleo de Angola em 2023.