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Sábado, 19 Março 2022 17:14

Valorização do kwanza protege Angola da subida de preços dos alimentos - Consultora

A consultora Oxford Economics Africa considerou hoje que a valorização da moeda nacional de Angola, o kwanza, é a principal arma para compensar o aumento dos preços dos bens importados para este país africano lusófono.

"O aumento generalizado nos preços globais dos alimentos devido ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia vai ter um impacto indireto em Angola devido à inflação no preço dos alimentos, mas felizmente a subida dos preços do petróleo fortaleceu o valor da moeda de Angola para cerca de 640 kwanzas por dólar, o valor mais alto desde outubro de 2019, o que vai mitigar alguns dos custos acrescidos dos bens importados", dizem os analistas.

Num comentário à evolução dos preços em Angola em fevereiro, a Oxford Economics Africa alerta que "a guerra entre a Rússia e a Ucrânia pode ter um impacto direto em Angola se as importações de trigo e fertilizantes da Rússia foram afetadas de forma adversa", mas aponta que o impacto na evolução dos preços será apenas indireto.

Além do fortalecimento do kwanza face ao dólar nos últimos meses e do aumento das receitas fiscais por via do aumento do preço do petróleo, "os consumidores também estão a ser beneficiados pela decisão do Governo, em outubro de 2021, de cortar a taxa de IVA dos bens essenciais de 14% para 7%", apontam os analistas na nota a que a Lusa teve acesso.

"Uma apreciação do câmbio médio do kwanza e uma descida do preço global dos alimentos a partir do segundo semestre vão ajudar a taxa de inflação a abrandar de uma média de 25,8% em 2021, para 19,9% este ano", aponta a Oxford Economics.

A taxa de inflação homóloga em Angola reduziu-se face ao valor homólogo do mês anterior em fevereiro pela primeira vez desde março do ano passado, apesar de continuar perto de 30%, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística de Angola, divulgados na semana passada.

Desde março de 2021 que a inflação homóloga tem subido consistentemente, passando de 24,77% em março de 2021, para chegar a 27,66% em janeiro e 27,28% em fevereiro deste ano, mês que registou o primeiro abrandamento no aumento dos preços.

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