O CDS tem-se destacado no apoio ao inquérito ao BES, e o PSD também lhe dá luz verde. O líder parlamentar social-democrata emitiu uma declaração esta tarde dizendo que "será relativamente fácil" haver uma "conjugação de posições" para a realização do inquérito. Em nota enviada à Lusa, Montenegro sublinha que o PSD e a maioria nunca se opuseram à investigação em nome da transparência. Uma posição em linha com o princípio enunciado a 4 de agosto pelo porta-voz do partido, Marco António Costa, segundo o qual "O PSD defende sempre toda a lógica de transparência da vida pública".
Ou seja, o inquérito parlamentar, que partiu de uma iniciativa do PCP e teve eco em toda a esquerda, poderá ser aprovado por unanimidade. No entanto o líder da bancada social democrata recusa qualquer tipo de "precipitação" ou "corridas de verão para ver quem chega primeiro".
Do lado da maioria, a única dúvida prende-se com o timing para o arranque dos trabalhos. O facto de ainda estar muita coisa por saber-se em relação ao BES aconselha, segundo fontes da maioria, "prudência", para que não existam "precipitações".
"O ideal seria deixar assentar a poeira, para então se fazer o inquérito parlamentar", diz um responsável da coligação ouvida pelo Expresso. Por outro lado, convirá à maioria que o inquérito ao BES não derrape para demasiado perto das eleições legislativas do ano que vem.
O tema, já se sabe, é tóxico - só não se sabe quem poderá sair mais queimado. Se a coligação, se o PS. Por alguma razão o dirigente socialista Eurico Brilhante Dias escreveu no seu Facebook: "E se (Ricardo Salgado) conta o que sabe?"
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