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Segunda, 15 Março 2021 12:18

Kwanza valorizou 5,8% desde o início do ano

A valorização do kwanza vai já no quarto mês consecutivo, isto é, desde Novembro de 2020 altura em que começou a evolução em direcção ao equilíbrio.

O kwanza valorizou 5,8% nos primeiros 70 dias de 2021, segundo cálculos do Mercado com base nas taxas de câmbio diárias do Banco Nacional de Angola (BNA). O ano arrancou com uma taxa de 650,5 Kz por dólar e até ao décimo dia do mês em curso a moeda nacional valorizou na razão de 614,9 Kz por dólar.

A valorização do kwanza vai já no quarto mês consecutivo, isto é, desde Novembro de 2020 altura em que começou a evolução em direcção ao equilíbrio, sendo visível uma desaceleração da sua depreciação no final daquele ano, tendo se estabelecido em 650 kz/ USD e mantido nesse nível até ao início de 2021.

Importa recordar que desde a liberalização da taxa de câmbio em 2018 o Kwanza desvalorizou 73%. No ano zero da liberalização, a desvalorização foi de 46%, no ano seguinte a desaceleração foi de 10 pontos percentuais (pp) para 36% e em 2020 a moeda nacional depreciou 26,5%, outros 10 pp.

O director do departamento de estatística do BNA, Joel Futy, admitiu que o câmbio “está estável” e tudo indica que caso não haja situações de surpresa vamos manter esta estabilidade. O responsável apontou as campanhas de vacinação contra a COVID-19 e o levantamento das restrições nos países do primeiro mundo e europeus como sendo vantajosos para nós porque implica maior procura pelo petróleo e se houver maior procura pelo petróleo estabiliza-se o preço e o País conseguirá obter mais receitas de exportação e isso poderá impactar positivamente na taxa de câmbio.

O economista Heitor Carvalho garante que a tendência de estabilização da moeda nacional tem todas as condições para acontecer. Quando a taxa de câmbio deixa de ser controlada administrativamente ela sobe ou desce em função da procura e da disponibilidade de moeda estrangeira no mercado. Como não se esperam alterações significativas no consumo, a variação na procura de moeda estrangeira será determinada pelas empresas (matérias primas, bens de investimento, serviços externos), aclarou.

“Acredito que o BNA poderá manter a estabilidade do Kwanza até final de 2021 mas, a partir daí, teremos menos divisas devido à redução da produção petrolífera acompanhada por estabilidade nos preços; se a produção nacional reduzir a componente importada do consumo poderá haver uma queda mais reduzida mas, no essencial, tudo dependerá do ritmo de queda da produção petrolífera”, disse o economista.

Em Dezembro de 2017 cada dólar valia 166,7 kz no mercado oficial ao passo que no mercado informal era vendido a 430 kz uma diferença de 263,3 kz. Esta quinta-feira, cada dólar nos mercados informais valia 760 kz já no mercado formal a nota verde estava a 614,9 kz, contas feitas, o gap entre o mercado paralelo e a venda no BNA era de 23,6% superior em 3,6pp da meta de 20% do Governo para o final de 2018.

Reservas Internacionais Líquidas acima da meta do FMI

As RILs fecharam o ano de 2020 nos 8 720 milhões USD, isto é, 600 milhões USD acima da meta acordada com o Fundo Monetário Internacional (FMI) que apontava para um mínimo das RILs de 8 085 milhões USD em Dezembro de 2020. Apesar de cumprirem a meta o fundo espera que as RILs em Angola continuem a cair ao longo do ano de 2021 atingindo 8 001 milhões USD em Março e 7 916 milhões USD em Junho. Esta quinta-feira as RILs estavam 8 346 milhões USD.

O também economista Maximiano Muende acredita que a previsão do fundo venha se verificar. Disse que a produção nacional não possui ainda robustez suficiente para os níveis de importação de matéria-prima e de bens de primeira necessidade, máquinas e equipamentos industriais. “O serviço da dívida pública externa quer contratada directamente a países ou a instituições financeiras externas como as contratadas por via dos eurobonds colocados em bolsa.

Os juros exigem paga mento em moeda forte e como tal colocam uma grande pressão sobre as RILs deslocando-as para baixo”.

Para o aumento das RILs, Muende aconselha maior aposta na produção nacional de modo a substituir as importações de bens de primeira necessidade e certas matérias primas, criação de um ambiente propício e de políticas que melhorem a eficiência e produtividade no sector petrolífero de forma a permitir o aumento das vendas em volume e por essa via atrair divisas para o País.

Já as reservas internacionais brutas fecharam o ano de 2020 com uma cobertura de importação de 12 meses. Até quinta-feira as reservas internacionais brutas cobriam 12 meses de importação ao situar-se nos 14 922 milhões USD. MERCADO

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