"A taxa de inflação continua a subir, tendo chegado em agosto ao valor mais alto desde dezembro de 2017, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística, que registou a subida dos preços em 23,4% em agosto, aumentando face aos 22,9% de julho", lê-se numa análise desta subsidiária africana da Oxford Economics sobre a subida dos preços em Angola.
De acordo com o comentário dos analistas, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, a subida da inflação nos primeiros três trimestres deste ano "deve-se principalmente à descida dos preços do petróleo à liberalização cambial do último ano, que causou uma queda do valor do kwanza em 20% desde o início deste ano".
No princípio de setembro, apontam, um dólar valia 633 kwanzas, num contexto de descida dos preços do petróleo devido aos receios de uma recuperação mais lenta da procura mundial do que o esperado.
"A moeda nacional angolana continua vulnerável às mudanças no sentimento global e deverá depreciar-se mais de 50% comparado com o valor do ano passado, o que vai continuar a colocar pressão nos preços do consumidor, devido à forte dependência de Angola dos produtos importados", alertam os analistas, concluindo que a aplicação do IVA e o aumento das propinas universitárias vai também potenciar a subida da inflação.