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Terça, 23 Novembro 2021 13:45

Justiça francesa aplica multa pesada por porte de dinheiro do general Bento Kangamba

Dinheiro aprendido ilustrado pela polícia francesa Dinheiro aprendido ilustrado pela polícia francesa

Uma multa de cerca de 750 mil euros, foi imposta segunda-feira 22 de Novembro, em Marselha, a três cidadãos angolanos, dois portugueses e um cabo-verdiano, julgado por não ter declarado à Alfândega três milhões de euros em dinheiro destinados a um familiar do antigo presidente angolano José Eduardo dos Santos.

As pessoas em causa, foram interceptadas, em 2013, na cabine de pedágio de Arles, com três milhões de euros em grandes valores, mas os juízes nunca conseguiram apurar factos de suspeitos de lavagem de dinheiro e devolveram a quantia.

Eles foram para Mônaco com quase três milhões de euros em dinheiro.

De acordo com uma informação divulgada pelo Jornal francês La Provence, em 2013, a polícia francesa havia apreendido os três milhões de euros (cerca de US $4 milhões), tendo detido cinco indivíduos, num caso que tudo indicava o envolvimento do general Bento dos Santos "Kangamba", dirigente do MPLA e figura próxima do presidente na altura, José Eduardo dos Santos.

As referidas apreensões tinham lugar em duas ocorrências separadas, uma no dia 14 de Junho, sendo que as viaturas que transportavam o dinheiro partiram de Portugal. À uma hora da manhã, nas portagens de Arles, no sul de França, a policia alfandegária, havia encontrado na bagageira de um Mercedes de matrícula portuguesa, acomodados num saco de plástico e numa caixa de sapatos, 40 maços de 50,000 euros cada, em cujo acto o motorista do veículo, Daniel de Andrade Moreira, de nacionalidade portuguesa, disse que se dirigia ao Mónaco para entregar o dinheiro.

Sete horas mais tarde, nas portagens de Saint-Jean de Védas (Hérault), a cerca de 80 quilómetros do local da primeira apreensão, a polícia deteve os ocupantes de um segundo Mercedes, Anércio Martins de Sousa e Gaudino Vaz Gomes, de nacionalidade angolana e cabo-verdiana respectivamente, que transportavam 910 mil euros.

Nesta apreensão, o motorista explicou que o dinheiro se destinava à compra de um imóvel em Nice e que ele receberia 10 por centos do montante, por fazer o transporte do dinheiro até ao seu proprietário, José Francisco.

"Os ocupantes do segundo Mercedes foram levados para a esquadra de Montpellier, onde outros quatro indivíduos se apresentaram para os libertar e recuperar o dinheiro. Os quatro foram também detidos. Um deles, Carlos Filomeno de Jesus Lima da Silva, era portador de 60 mil euros e de um cartão bancário em nome do general Bento dos Santos Kangamba", conforme dados.

Por sua vez, José Francisco, disse ser o proprietário de apenas 100 mil euros, de entre o montante apreendido, que se destinaria a gastos de jogo no casino Metrópole no Mónaco. José Francisco reconheceu também, como seus, vários registos de movimentos bancários, no valor de vários milhões de euros, também apreendidos, relativos a transacções de diamantes entre a Suíça, Angola e Israel.

O angolano Carlos Filomeno de Jesus Lima da Silva, de 47 anos, natural de Malange, disse ao juiz Charles Duchaine, na audiência em tribunal, que o dinheiro não teria origem criminosa: "Em Angola é normal transportar dinheiro assim. Eu não sou criminoso", disse. Em 2004, o suspeito obteve a nacionalidade portuguesa.

Durante a sua audição, José Francisco revelou o suposto destino que seria dado ao dinheiro, argumentando também ser normal, em Angola, a circulação com malas e caixas de dinheiro. "O Bento Kangamba explicou-me que as apostas nos casinos do Mónaco são muitos elevadas e podemos chegar a gastar oito mil euros em cinco minutos", justificou.

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