A deliberação da expulsão de Valdir Cónego, crítico aberto à liderança do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), foi aprovada hoje durante a nona sessão ordinária do Comité Central, que decorreu em Luanda sob orientação do seu presidente, João Lourenço.
O Comité Central, nos termos dos estatutos do MPLA e do regulamento da aplicação de sanções partidárias, “aprovou a resolução sobre a sanção disciplinar partidária de expulsão aplicada ao camarada Valdir de Jesus do Sacramento Cónego, por ter incorrido em infrações graves, incumprimento de normas e desrespeito aos órgãos do partido e a inobservância do código de ética partidária”, anunciou o secretário para Informação do MPLA, Esteves Hilário, no final de reunião.
Valdir Cónego manifestou ao partido, em 2024, a intenção de se candidatar a presidente da formação política e da Presidência da República.
Suspenso, anteriormente, do Comité Central, Cónego submeteu ao Tribunal Constitucional, em agosto passado, uma providência cautelar para a suspensão do líder desta organização política e Presidente de Angola, João Lourenço.
No documento em que solicitou a suspensão de João Lourenço da liderança do partido, o militante argumenta que endereçou uma carta à secretaria-geral do Comité Central do MPLA com conhecimento a todos os seus membros, como obrigam os estatutos, a pedir o agendamento de uma reunião extraordinária deste órgão “para a suspensão do presidente do MPLA”, mas 45 dias passados não obteve resposta.
“Vejo-me no direito de escrever para a veneranda juíza, Laurinda Cardoso, que dirige esta instituição de direito e que deu posse ao nosso líder do MPLA como Presidente da República de Angola, e sendo este tribunal que vela pelos partidos políticos no cumprimento e respeito dos seus estatutos e da Constituição da República, que autorize esta providência cautelar pelas razões que vão na carta em anexo a esta”, referiu na ocasião.
Segundo Valdir Cónego, “é notória a falta de capacidade e competência por parte do Presidente João Lourenço em gerir os destinos do país, causando impopularidade no seio do MPLA”.
O militante do MPLA sublinhou que “o país entrou no colapso social, onde a fome, a miséria e pobreza extrema assolam mais de 25 milhões de cidadãos angolanos”.
A Lusa procurou hoje contactar Valdir Cónego, mas não obteve respostas.

