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Domingo, 14 Fevereiro 2016 00:11

"Falta tudo em Angola e quando há é caro"

Angola enfrenta uma falta severa de bens essenciais Angola enfrenta uma falta severa de bens essenciais

Angola enfrenta uma severa escassez de bens essenciais, desde alimentos a medicamentos, causada pela baixa do preço do petróleo, falta de divisas e o consequente corte nas importações.

"Há falta de tudo, desde bens essenciais a outros. Não há farinha, açúcar, arroz, massa, nem grão nem ovos. E quando há é caro. A situação está muito complicada. Estou sozinho, mas quem tem família está aflito", disse, ao CM, Fernando Henriques, 50 anos, português a trabalhar numa empresa de construção.

A crise atinge famílias, empresas e serviços públicos, como hospitais, que já anunciaram a rutura no stock de medicamentos, luvas, compressas e seringas. Muitos temem uma nova onda de agitação social. "A situação está tão descontrolada que só pode agravar-se e trazer o aumento da delinquência e da prostituição", diz Rafael Morais, 45 anos.

Segundo este angolano, coordenador da SOS Habitat, em Luanda "ainda se encontram alguns produtos da Europa e da China, são é muito caros, mas em Cabinda a situação é dramática. Não há nada". O problema, salienta Fernando Henriques, está no facto de "a pouca produção angolana não dar sequer para alimentar metade da população.

 Existe uma enorme escassez em Angola, mas quem tem terras não cultiva e quem quer cultivar não tem terras…", diz. Famílias não conseguem comprar arroz A escassez dos produtos em Angola levou ao aumento vertiginoso dos preços e atinge diretamente as famílias. "A maioria da população já não consegue comprar arroz ou outros alimentos", diz Rafael Morais, contabilista angolano da SOS Habitat.

"Só para ter uma ideia, um saco de 25 quilos de arroz antes custava 4 mil kwanzas (22 €) e hoje custa 12 500 kwanzas (71€)". Também Fernando Henriques, português, aponta a especulação. "Em Lukala, o aluguer de um trator custa mais de 500 € por dia…".

Lusa 

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