Segundo o Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado (IGAPE), a entrada do BFA em bolsa foi “a maior operação em 2025 no continente africano”, reforçando a credibilidade do Programa de Privatizações (Propriv).
A entrada em bolsa do BFA ocorreu na terça-feira, com uma valorização imediata de 25%, o máximo permitido pelas regras da Bolsa de Dívida e Valores de Angola (Bodiva), face ao valor inicial de entrada no mercado, de 49.500 kwanzas (46 euros), e hoje, na segunda sessão, o título voltou a disparar outros 25%.
A Operação Pública de Venda foi avaliada em mais de 220,8 mil milhões de kwanzas (cerca de 200 milhões de euros), correspondentes a cerca de 30% do capital social do banco, com 15% disponibilizados pela Unitel e 14,75% pelo Banco Português de Investimento (BPI).
A procura superou cinco vezes a oferta inicial, traduzindo-se na adesão de cerca de 8.000 novos acionistas, destacando-se entre estes os trabalhadores do próprio banco, que absorveram praticamente toda a tranche de 2% reservada para colaboradores, adiantou o IGAPE num comunicado.
“Estamos perante um marco que coloca Angola no radar dos grandes investidores internacionais e abre portas para milhares de pequenos investidores nacionais se tornarem acionistas de um dos maiores bancos do país”, sublinhou Álvaro Fernão, presidente do conselho de administração do IGAPE, citado na nota de imprensa.
Em termos comparativos, esta operação angolana ultrapassou outros IPOs relevantes no continente em 2025, segundo o IGAPE, que aponta por exemplo, que no Benim, o Banque Internationale pour l’Industrie et le Commerce (BIIC) levantou entre 170 e 175 milhões de dólares (158 a 163 milhões de euros); em Marrocos, o Groupe Vicenne arrecadou cerca de 50 milhões de dólares (47 milhões de euros) e, na Etiópia, a Ethio Telecom captou apenas 24,5 milhões de dólares (23 milhões de euros).
Já a operação prevista do grupo bancário do Gabão BGFI Holding, estimada entre 160 e 220 milhões de dólares (149 a 205 milhões de euros), acabou por ser adiada. Para o IGAPE, a OPV do BFA posiciona Angola na liderança africana em 2025 no setor bancário e financeiro, confirmando-se como a maior operação bolsista realizada no continente este ano. “Não se trata de uma simples operação.
É a prova de que Angola tem capacidade técnica, confiança institucional e um mercado preparado para atrair investimento privado nacional e estrangeiro”, reforçou Álvaro Fernão no comunicado.
