Como tal, existem números espectros políticos que respondem ao leque de valores e de crenças de uma sociedade. A aplicação dos termos "direita" e "esquerda" para definir uma filiação política teve origem na Assembleia francesa de 1790, em virtude da posição que ocupavam, num e noutro lado do presidente, os aristocratas e os membros do "Terceiro Estado" (burgueses e camponeses ).
Os primeiros, à direita, eram defensores do Antigo Regime e representavam o sector conservador, e os segundos, à esquerda, eram seus opositores e constituem a ala radical ou revolucionária.
No espectro político, à esquerda constitui esse segmento social cuja a acção política está orientada para alcançar a igualdade e a justiça sociais, a liberdade individual e a defesa e potenciação dos valores colectivos e de uma sociedade laica, igualitária e universalmente solidária.
No espectro político, denomina-se ao sector cujos grupos de acção política se encontram associados a posições conservadoras.
Dentro do âmbito da direita, os grupos liberais defendem, prioritariamente, a liberdade de mercado e os valores e direitos individuais, e os conservadores e tradicionalistas a manutenção da ordem estabelecida e a defesa e preservação da moral religiosa e dos valores tradicionais.
Nesta senda, vale trazer à ribalta um espectro alternativo, ou seja, o centro onde se situam entre a esquerda e a direita. Segundo a sua proximidade a um ou outro extremo, assim se situam no centro-esquerda ou no centro-direita.
Contextualizando, Angola emergiu como Estado soberano num contexto de guerra fria entre o bloco capitalista e o comunista.
O MPLA partido que emergiu no início dos anos 60 e sendo um movimento abraçou, diversas tendências ideológicas nas suas fileiras.
Em 1977, o MPLA assumiu-se como um partido marxista-leninista depois do trágico genocidio de 27 de Maio que custou a vida de muitos militantes que posicionavam-se na esquerda extrema e atiravam-se contra uma eventual direita no seio do MPLA.
Contudo, o MPLA nos finais dos anos 80 efectuou uma viragem ideológica com vista a manter-se no Poder. Já a UNITA, emergiu nos meados dos anos 60 inspirada nas teorias comunistas baseada na vertente de Mao Tsé Tung com ênfase ao campesinato.
Tal como o MPLA, a UNITA nos anos 80 efectuou uma viragem ideológica estabelecendo alianças com a administração Reagen e com o governo sul africano da altura.
Ora, o MPLA foi um partido marxista-leninista baseado na ditadura do proletariado, enquanto a UNITA era um partido comunista com pendor ao maoísmo da ditadura do campesinato.
Em 1991, os Acordos de Bicesse permitiram mais abertura política e econômica depois de 16 anos de monopartidarismo e uma luta de resistência. Nesta senda, emergiu uma série de partidos políticos em Angola.
O MPLA, apesar da viragem ideológica está foliada a Terceira Internacional que reúne partidos da Esquerda e a UNITA está filiado aos partidos do Centro Direita.
Praticamente, o MPLA actua como um partido de Direita e faz alianças internacional com partidos de todos os espetros, por exemplo, em Portugal o MPLA mantém alianças com partidos da esquerda e da Direita simultaneamente.
Em suma, em Angola nenhum partido tem bases ideológicas acentuadas, ou seja, actuam de acordo com as conveniências e com as circunstâncias, logo não é viável dizer que o partido X é de esquerda e o Y é de direita tendo em conta a ambiguidade apresentada pelos partidos políticos angolanos.