Segundo o 1.º vice-presidente da comissão eleitoral, Maurilio Luyele, o congresso, onde Adalberto Costa Júnior (presidente cessante) e Rafael Masanga Savimbi (filho do líder fundador do partido Jonas Savimbi) disputam a liderança, vai contar com 21 observadores eleitorais.
Trata-se de observadores eleitorais afetos à sociedade civil, 18 nacionais e três internacionais, disse o político, garantindo que estes vão trabalhar no estrito cumprimento do código eleitoral, apresentado hoje durante um encontro.
Maurilio Luyele garantiu que este congresso da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, maior partido na oposição) constitui um momento de exercício de cidadania a nivel do partido e os observadores ao processo não serão meras figuras decorativas.
"Se fosse para trazer uma observação meramente decorativa não nos daríamos esse trabalho, o processo está aberto à observação eleitoral nos moldes eleitorais universais", respondeu o político à Lusa, reafirmando a democracia partidária.
Quanto ao facto de a comissão eleitoral ser composta por membros da direção da UNITA, o também deputado à Assembleia Nacional de Angola assegurou que a isenção "está garantida", salientando que a disputa é entre membros do partido.
"A disputa é entre membros da UNITA e o facto de a comissão eleitoral serem membros do partido não retira a isenção que é merecida, até porque estão em disputa duas visões distintas sobre a estratégia a seguir para o alcance dos objetivos do partido", argumentou.
Luyele disse igualmente que a campanha eleitoral, que encerrou na quarta-feira, decorreu na normalidade e desvalorizou as criticas e dúvidas sobre a suspensão de dois militantes que apoiam a candidatura de Massanga Savimbi.
A UNITA confirmou na terça-feira a suspensão e processo disciplinar de dois militantes, por violação da ética e normas partidárias, e garantiu que as condições estão criadas para o XIV Congresso Ordinário.
Segundo o porta-voz do congresso, Anastácio Rúbem Sicato, ambos os militantes - Domingos Palanga e António Marques - foram suspensos por incumprimentos das normas estatutárias do partido.
Hoje, o 1º vice-presidente da comissão eleitoral, quando questionado sobre o assunto, salientou que a campanha "não suspende a disciplina partidária" e disse existirem aspetos regulamentares que não foram observados pelos militantes suspensos.
"A sua suspensão não se prende apenas ao delito de opinião, é uma pessoa que tem bastantes quotas em atraso [referindo-se a Domingos Palanga] e tudo isso é objeto de processo disciplinar, e não há nada anormal, o processo disciplinar está em curso", justificou.
"Unidos pela Alternância, Estabilidade e Desenvolvimento" é o lema deste congresso do malor partido na oposição em Angola.

