“Essas cimeiras [que Angola tem acolhido] refletem o reconhecimento externo de Angola, o posicionamento externo de Angola no contexto nas nações, como um ator importante.
O facto de nós estarmos a presidir à UA e termos a capacidade de organizar uma conferência dessa dimensão, não é um feito que qualquer país africano, infelizmente, consiga fazer (…).
Isso reflete a pujança da nossa diplomacia”, afirmou o secretário para a Informação do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), Esteves Hilário.
À Lusa, o político do partido no poder insistiu que a diplomacia angolana “tem se mostrado muito pujante”, exemplificando com a 7.ª Cimeira UA-UE, agendada para segunda e terça-feira em Luanda e outros eventos internacionais que tiveram como palco a capital angolana.
Para Esteves Hilário, a cimeira UA-UE, que deve reunir na próxima semana mais de 75 delegações presidenciais e de chefes de Governo, tem uma dimensão “muito grande e muito importante” por juntar dois blocos económicos.
“Uma cimeira dessa dimensão, obviamente, tem sempre a economia como o pano de fundo (…). Se nós, africanos, soubermos aproveitar esta cimeira, obviamente, que nós teremos alguns ganhos económicos”, referiu.
O político recordou que o desenvolvimento das infraestruturas em África é o lema da atual presidência de Angola na UA, considerando que a cimeira deve igualmente abordar questões para o financiamento das infraestruturas do continente.
“Nós sabemos que é impossível haver desenvolvimento económico sem infraestruturas. As infraestruturas são, infelizmente, muito caras. E são recursos de que o continente não dispõe assim a curto prazo”, notou.
O resposnsável enalteceu a presença do bloco europeu em Angola, acreditando que o formato da cimeira deve servir para abordar o financiamento da infraestrutura económica de África.
A cimeira, cujo lema é promover a paz e a prosperidade através de um multilateralismo eficaz, deve contar com a participação de várias entidades de alto nível político e económico de África e da Europa e visa reforçar a cooperação e a relação estratégica entre os dois continentes.
O porta-voz do MPLA destacou, por outro lado, a diplomacia económica, que tem sido promovida pelo Presidente angolano, João Lourenço, referindo que esta tem trazido ganhos muito positivos para Angola, estimando que os angolanos deverão sentir outros ganhos objetivos desta diplomacia dentro de anos.
Considerou que as questões de investimento externo não têm rapidamente a resposta que o cidadão comum espera, porque, “primeiro, elas resultam de muita diplomacia, o convencimento dos investidores estrangeiros de que Angola é um bom lugar para se investir”.
“Portanto, os investidores estão à procura de lugares onde possam investir com estabilidade política e económica e social também, lugares onde possam ter o seu investimento com segurança e com capacidade de buscar dividendos”, apontou.
Esteves Hilário enumerou ainda a Refinaria de Cabinda, “construída de raiz com investimento estrangeiro privado”, a Zona Económica da Barra do Dande, a Refinaria do Lobito em construção e o Corredor do Lobito, que conta com investimento norte-americano e europeu, como “sementes lançadas” para melhoria do bem-estar dos angolanos.
“Nós temos aqui uma série de investimentos a entrarem e que dentro em breve o cidadão vai começar a sentir os seus efeitos. Estamos a semear e daqui a pouco os frutos começam a ser colhidos”, salientou o também deputado.
Reconheceu ainda que Angola e África têm o desafio de melhorar o seu ambiente de negócios para maior captação de investimento externo: “Não temos ilusões de que podemos desenvolver rapidamente o nosso continente sem que, efetivamente, consigamos atrair investidores estrangeiros”.
“Portanto, o ambiente de negócios ainda é um desafio, mas prefiro olhar para o ambiente de negócios também na perspetiva do investidor angolano em primeiro lugar, nós temos primeiro que consolidar um bom ambiente de negócios para os investidores nacionais para depois termos capacidade de atrair outros investidores de outras paragens”, concluiu o político do MPLA.
Luanda acolheu, anteriormente, a terceira Cimeira sobre Financiamento de Infraestruturas em África em outubro e a Cimeira de Negócios EUA-África em junho passado.

