Políticos da oposição já reagiram e acusam Lourenço de mau governante e que "vende-pátria" são aqueles que roubam as riquezas do país.
Na reunião do Conselho Económico e Social, o Presidente da República disse haver "falta de patriotismo nos políticos angolanos" que procuram influenciar negativamente as instituições financeiras internacionais, credores e investidores interessados em Angola.
João Lourenço criticou políticos da oposição que desencorajam o investimento estrangeiro em Angola e chegou mesmo a chamá-los de “vende-pátria”.
As reacções não se fizeram esperar, com acusações ao Presidente.
O membro da UNITA Abílio Camalata Numa disse que "vende-pátria" são aqueles que roubam as riquezas do país.
“Quem criou este ambiente é que é vende-pátria e não os outros, são eles que tiraram os dinheiros públicos, venderam o petróleo e colocaram dinheiro nas capitas europeias, há muito dinheiro que está em Portugal, não sei onde anda o Manuel Vicente, a Isabel também está la, os Higinos, todos eles, ainda neste fim de semana muitos deles foram casar as suas filhas com pompa e circunstância”, acusou Numa, quem afirmou não conhecer qualquer político da oposição em Angola que desencoraja o investimento estrangeiro no país.
“O nosso Presidente está a fazer a sua diplomacia, mas nunca vi e também não é politica da UNITA defender o não investimento. Angola não tem ambiente para negócios, o indivíduo que quer fazer negócios com Angola vem para aqui encontrar uma burocracia recheada de corruptos”, acrescentou Numa.
A mesma opinião tem Manuel Fernandes, presidente da CASA-CE, quem aconselha João Lourenço a melhorar a governação.
“Não criaram políticas económicas aceitáveis para garantir estabilidade monetária e cambial. Nenhum investidor se sente mobilizado para investir num país em que a moeda é volatel, é instável, não é possível investir quando o ambiente de negócios não é favorável”, lembra Fernandes.
Por seu lado, o analista político Rui Candov disse existirem realmente, em Angola, grupos de interesse que desencorajam o investimento estrangeiro no país, mas considera "normal a troca de acusações". VOA