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Domingo, 11 Setembro 2022 23:52

Se UNITA e pares não tomarem posse poderão não concorrer às próximas eleições

As eleições gerais de 24 de Agosto último, disputadas por oito (8) formações partidárias em Angola, deram "duvidosa e contestada" vitória ao MPLA e consequente reeleição de João Lourenço à presidência da República, cuja tomada de posse deve acontecer dia 15 de setembro, na Praça da República, em Luanda.

Os resultados, tanto provisórios quanto os definitivos anunciados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), foram previamente contestados pelos partidos políticos, com destaque a UNITA e CASA-CE e pela maioria da população angolana, acusando o governo de ter violado o direito do povo que expressou a sua vontade nas urnas.

Entretanto, vozes da Sociedade Civil e analistas políticos têm estado a debater os chumbos sucessivos dos recursos da UNITA e CASA-CE pelo Tribunal Constitucional e CNE, cuja finalidade seria reclamar, nos termos da lei a forma "para estes" pouco transparente como se conduziu todo o processo eleitoral.

À isto, junta-se a discussão dos militantes e simpatizantes, sobretudo da UNITA sobre a tomada de posse dos 90 deputados que conseguiu, segundo resultados divulgados, o que para muitos seria traição ao povo que confiou o seu voto na alternância de poder, quando nos mais variados círculos os resultados definitivos e vitória do MPLA foi tido como uma autêntica e comprovada fraude.

Sobre isso, o analista político e jornalista angolano, Ilídio Manuel, segundo constatou Angola24horas, questionou, se os que defendem que a UNITA não deve tomar posse no Parlamento apostando pela política da "cadeira vazia" já leram o artigo 145° (inelegibilidade e impedimentos) que, em caso de renúncia de mandato, poderá comprometer seriamente os futuros candidatos à Assembleia Nacional.

O que ganharia a UNITA com a política da "cadeira vazia"?

Para Ilídio Manuel, significa que se ACJ e pares não tomarem posse poderão não concorrer às próximas eleições, provavelmente para gaudio dos círculos do poder e arredores.

Este artigo, sublinha, constitui mais uma das muitas "armadilhas" que o "M" criou no sentido de embaraçar a oposição e perpectuar o seu poder de mando.

Acrescentou que, os internautas, sobretudo os radicais que disparam primeiro fazem as perguntas, depois, se as fizerem, devem ser mais cautelosos no uso das suas expressões, visto que nem tudo se resolve com euforias e emoções descontroladas, a menos que queiram empurrar a UNITA para o abismo, enfraquecendo-a.

"Não sou desse partido, mas faço votos que ele e os demais partidos da oposição sejam fortes, de forma a melhorar a qualidade da nossa democracia. Eles já questionaram, qual seria a margem de manobra da UNITA fora da AN no sentido de "pressionar" o MPLA a realizar as eleições autárquicas. Se ainda com a UNITA dentro do Parlamento "lhes brincam" imaginem o que aconteceria com os Kwatchas fora dele?", conforme o jornalista.

Disse finalmente que, o discurso do luxus e das mordomias pode estar a ser engendrado no sentido de passar a mensagem de uma tendência materialista e de venalidade no seio da Oposição. "Não há democracia sem uma oposição e contrapoderes fortes".

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