O pleito eleitoral de 23 de Agosto 2017 acabou na lógica de “tudo muda sem nada mudar”, com um toque de mágica em dom maior, protagonizado, no dia 6 de Setembro, por Silva Neto, presidente da CNE (Comissão Nacional Eleitoral) de quem se esperava maior lisura, honestidade e sinceridade intelectual, ao invés de elucubrações jurídicas. O público em geral e nós, os angolanos, em particular, esperavam higiene mental e, desde logo, o reconhecimento da falta de consenso entre os membros da CNE, por divergências interpretativas quanto à metodologia do apuramento dos resultados eleitorais.
Por William Tonet
Consequências jurídico-constitucionais, da não tomada de posse dos deputados dos Partidos da Oposição
Nos termos do numero 1 artigo 141º da Lei Constitucional: “o mandato dos deputados inicia com a tomada de posse e a realização da primeira reunião constitutiva da Assembleia Nacional, após as eleições e cessa com a primeira reunião após as eleições subsequentes, sem prejuízo de suspensão ou de cessação individual”.
Mas oxalá que os angolanos não estejam esperando, ver os partidos da oposição política á aceitarem a fraude eleitoral
Em situações como estas num país onde muita coisa perversa e anormal quase já são encaradas como normais ao ponto que se tornaram numa rotina, desconfiar é sempre melhor e mais seguro do que confiar.
Por Fernando Vumby
Quando falo de eleições livres e justas, já todos sabem a que me refiro. Não é necessário ser um jurisconsulto, pode – se muito bem expressar – se a clarividência eleitoral ocorrida ao 23 de Agosto através da seriedade com que o processo levado à cabo pela CNE teve, não obstante, observadores advindos do outro lado do oceano elevaram – se em aplausos evidenciando um acto exclusivo não visto ainda em nenhuma paragem de África e até então pelo mundo fora.
A 21 de Setembro teremos um novo presidente, depois de 38 anos de José Eduardo dos Santos. A Comissão Nacional Eleitoral, sem o apuramento legal dos votos em 15 das 18 províncias, já certificou João Lourenço como presidente-eleito. O MPLA vai continuar a governar, mantendo-se 47 anos no poder. Quem acha que a lei tem algum valor quando estão em jogo os interesses dos mandantes do MPLA, desengane-se.
Por Rafael Marques de Morais
Pateticamente João Melo veio agora a tentar atirar areia para os olhos dos angolanos menos atentos, afirmando, que a narrativa da fraude eleitoral começou a ser ventilada a 1 ano. Ainda bem que assim foi, porém, o articulista e fiel escudeiro da verdade insípida no regime, não conseguirá por mais tempo ludibriar o povo sofrido. O povo está atento e não mais partilha da ideia que somente o MPLA nasceu com sabedoria para governar.
Por Raúl Diniz
Para salvar a pele do seu chefe ditador, José Eduardo dos Santos/seus filhos, (JES), o candidato do movimento popular de libertação de Angola (MPLA), João Manuel Gonçalves Lourenço, (JLo) pretende jogar no caixote do lixo, o voto da maioria do eleitorado que aos 23 de agosto último depositaram o seu voto nas urnas em Angola, a favor da mudança do Status Quo.
Por Orlando Fonseca
Arrastados pelo turbilhão de épocas remotas enfeitiçadas pela guerra, informados de modo unilateral de que a guerra é a única espingarda capaz de fazer o poder num facto, sem percepção quanto às grandes transformações que já se realizaram ou se começam a realizar através da paz e sem vislumbre do futuro que já se está a configurar num amanhã verdadeiramente risonho, desencaminhado o povo vítima de quase tudo quanto os senhores de armas pensam, fazem refém a opinião pública, o desejo público e a vontade pública que se fez expressa de forma clara nas urnas, andam no significado por eles atribuído à expressão da guerra como arma opressora e a única com valor dos juízos que formam para chegar à cadeira da cidade alta.
Por João Henrique Hungulo