O que dizer hoje sobre estes dias que andaram?! Como explicar aos que pensavam que chegamos ao fundo do poço, que afinal o fundo encontrou o fundo dele?!
Transcorrida uma semana sobre o caos que estremeceu o país, e muito particularmente Luanda, sobrepõe-se uma pergunta que aparentemente continua sem resposta. O que muita gente questiona essencialmente é se João Lourenço e o seu regime perceberam realmente o que se passou.
Quase ninguém sabe se o Presidente da República, João Lourenço, é, do ponto de vista político e intelectual, suficientemente capaz de assumir que tem cometido erros gravíssimos na gestão da Nação.
Os tumultos de Julho foram uma reacção motivada pela constante e acelerada degradação social e económica em Angola, aliada à contínua degradação política. Qualquer governante não precisaria de outros indicadores para chegar à conclusão de que falhou completamente.
Quando o economista e jornalista Carlos Rosado de Carvalho descarta a sua responsabilidade de imparcialidade no programa "Economia 100 Makas", alegando tratar-se de um “programa de autor”, tenta fugir ao dever básico da profissão: garantir o contraditório e preservar o interesse público.
“Devemos promover a coragem, onde houver medo, promover o acordo onde exista conflito e inspirar esperança onde há desespero” – Nelson Mandela
Antes devo dizer que o que se viveu na segunda-feira em Luanda, não nos agrada em nada, é a todos os níveis condenável. Digo não à pilhagem e ao vandalismo.
Angola tem uma qualidade ímpar em nosso planeta – ser governada por um presidente que tem soluções e receitas para absolutamente tudo, capaz ainda de resolver problemas de diversos países e aconselhar até mesmo chefes de Estado de outros países, ao menos de acordo com a imprensa pública, todavia, os factos que tiveram lugar neste fim de semana mostraram uma realidade diferente.