A sugestão foi avançada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) de Angola na apresentação pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pela Oxford Poverty and Human Development Iniciative (OPHI) da universidade de Oxford, composto por dez indicadores subdivididos em saúde, condições de vida e educação.
De acordo com o diretor do INE, Camilo Ceita, o IPM deve definir a realidade do país com os indicadores-chave, como o desemprego, que se reflete na população economicamente ativa.
"Os indicadores que a nível global o PNUD e OPHI (Oxford Poverty and. Human Development Initiative, na sigla em inglês) apresentam podem não se refletir naquilo que são as nossas prioridades, por isso estamos aqui para em conjunto identificar as nossas dimensões e indicadores associados e depois calcular o nosso IPM", disse Camilo Ceita, citado pela agência noticiosa angolana, Angop.
O estudo apresentado por aquelas duas organizações avaliou no fator saúde as taxas de mortalidade e nutrição, na educação, os anos de escolaridade e frequência escolar e nas condições de vida o acesso à eletricidade, à água para consumo humano e para o saneamento básico, ao combustível para cozinhar, a casa com chão apropriado, à posse de bens, nomeadamente carro, propriedade, bicicleta, mota, rádio, frigorífico, telefone e televisão.
O estudo dá conta que a taxa de pobreza multidimensional em Angola reduziu de 77,4% em 2011 para 52,2% em 2018, dados que contrastam com os indicadores do Governo angolano que apontam para uma incidência de 36%.
O documento revela ainda que entre os dez indicadores, os que mais concorreram para a pobreza multidimensional em Angola são as privações em anos de escolaridades com 16%, a frequência escolar com 15% e a nutrição com 11%.
Segundo Camilo Ceita, este ano, o INE vai atualizar os dados sobre a pobreza monetária, que entre 2008 e 2009, estimava-se em cerca de 36,6%.
"Queremos ter informações para poder monitorar alguns dos objetivos do desenvolvimento sustentável e para facilitar as políticas públicas e setoriais de modo a impactar na realidade daquilo que são as necessidades das populações", acrescentou.