O dinheiro foi encontrado durante as buscas a São Bento por agentes da PSP, numa busca presidida pelo procurador Rosário Teixeira. Vítor Escária é um dos cinco detidos no âmbito da operação que versa sobre crimes de corrupção e tráfico de influências em negócios relacionados com as explorações de lítio e de hidrogénio e da instalação de um data center em Sines.
Já na manhã desta quinta-feira, à chegada ao Campus da Justiça, em Lisboa, Tiago Rodrigues Bastos, advogado de Vítor Escária, disse aos jornalistas que a quantia "não tem rigorosamente nada que ver com o objeto dos autos", estando relacionada com a atividade profissional de Escária "anterior às funções que exerceu".
"Essas explicações serão dadas ao tribunal", garantiu o advogado, acrescentando que a tese do Ministério Público não está relacionada com a apreensão da avultada soma de dinheiro e que a informação consta dos autos para "causar discussão na praça pública", dizendo mesmo que foi "um facto metido a martelo".
Na noite de quarta-feira, Tiago Rodrigues Bastos recusara comentar a apreensão dos 75 mil euros no escritório do seu cliente, em São Bento. Já depois da meia-noite, quando saía do Tribunal Central de Instrução Criminal, no Campus de Justiça, Rodrigues Bastos garantiu apenas que Vítor Escária não se escusaria a "prestar os esclarecimentos que se impuserem".
"Vocês compreenderão uma coisa: eu não vou - isso é uma subversão das regras e um desrespeito para com o tribunal -, eu não vou prestar nenhum esclarecimento sobre a matéria aqui, vou prestar lá dentro e depois falaremos no final disso", afirmou na noite de quarta-feira, acrescentando que "Vítor Escária está tranquilo, está calmo, está confiante". CNN