“Não tento informações (sobre supostas perseguições de putativos candidatos à presidência do partido), porque me parece ser uma especulação. Como dissemos, o congresso da UNITA é um momento de festa, de reflexão, e nós a nível da comissão organizadora definimos que o nosso lema é organização, inovação, dedicação e transparência”, disse hoje o coordenador da comissão organizadora do XIV Congresso Ordinário da UNITA, Álvaro Chikwamanga.
Para o congresso ordinário da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, maior partido na oposição), marcado para de 29 a 30 de novembro próximo, em Luanda, “nada será feito de forma oculta”, garantiu o responsável, que considera importante haver várias candidaturas à liderança do partido.
“Aqueles que tentam insinuar para criar a perceção de alguma instabilidade, perseguição ou descontentamento, como se referiu, serão derrotados pela realidade”, disse o responsável à Lusa.
Em declarações durante uma conferência de imprensa de apresentação da comissão organizadora e do cronograma de ações preparatórias do conclave, que vai eleger o novo presidente do partido, referiu que o congresso “assume-se como um momento de renovação democrática interna”.
Álvaro Chikwamanga afirmou que, o congresso de novembro, que deve contar com a presença de 1.251 delegados das 21 províncias de Angola e 52 entidades do exterior, entre convidados e delegados da UNITA, será também um momento de reafirmação do compromisso do partido com os anseios do povo angolano.
“É um exercício de cidadania que vai fortalecer a UNITA, consolidar a sua unidade, reforçar a sua coesão e projetar, com realismo e esperança, um conjunto de propostas política, económica e sociais que vão contribuir para a consolidação da paz e do processo democrático angolano”, disse. Assegurou igualmente que será um processo “transparente, participativo e inclusivo, aberto ao escrutínio da sociedade e da comunicação social”.
O cronograma de ações indica que o período de apresentação de candidaturas à presidente do partido deve ocorrer de 08 a 22 de outubro próximo, validação das candidaturas de 23 a 25 de outubro e a aprovação das candidaturas de 25 a 26 de outubro.
As conferências municipais e provinciais – para a eleição dos delegados ao congresso - devem decorrer de 03 a 24 de outubro e a campanha eleitoral de 27 de outubro a 26 de novembro.
Álvaro Chikwamanga, também secretário-geral da UNITA, defendeu que o partido deve manter a tradição de múltiplas candidaturas à presidência, tendo reafirmado que o processo vai decorrer com transparência.
“Este processo que vai decorrer com transparência e não se vai inventar candidatos, sentimos que há vontade de surgirem várias candidaturas e nós temos estado a encorajar que tais vontades se manifestem (…), mas queremos manter a nossa tradição de candidaturas múltiplas”, respondeu aos jornalistas.
Sem revelar os custos globais deste congresso, “por ser um assunto interno”, o político realçou ainda que o lugar de presidente da UNITA está aberto a todos os membros o partido com 35 anos e que estejam em pleno gozo dos seus direitos.
O candidato à liderança da UNITA “deve ser conhecedor da linha política e ideológica do partido, ter conhecimento suficiente da máquina complexa da UNITA, composta por várias gerações, etnias, raças, e uma história longa”, assinalou.
O conclave da UNITA, que vai contar com 14 comissões de trabalho, decorre sob o lema “XIV Congresso – Unidos para a Alternância, Estabilidade e Desenvolvimento”.
