"Os preços elevados do petróleo são positivos para os produtores, mas Angola será a grande vencedora", escrevem os analistas da consultora Fitch Solutions, num comentário à evolução das principais economias africanas.
No comentário, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, esta consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Rating apontam que a subida do preço do petróleo desde o princípio do ano, e acelerada desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, terá consequências positivas para Angola.
"Antevemos que os preços do petróleo de Brent subam de uma média de 71 dólares por barril para 100 dólares este ano, e que a produção de crude em Angola aumente 3,5% este ano, depois de cinco anos de queda, o que vai aumentar as receitas das exportações, que valem 90% do total", escreve a Fitch Solutions.
Apesar da forte subida no primeiro semestre, a consultora estima que o crescimento abrande na segunda metade do ano, "devido ao enraizamento das sanções contra a Rússia e à subida da produção da OPEP+, dos Estados Unidos e do Irão, para atingir uma média anual de 100 dólares por barril".
A subida na entrada de divisas tem também um efeito positivo no kwanza, que desde o ano passado está a valorizar-se significativamente, depois de uma queda acentuada desde a liberalização parcial da taxa de câmbio, em 2017.
"O kwanza de Angola vai continuar a portar-se melhor do que os seus pares este ano, principalmente impulsionado pelo setor petrolífero, e já se fortaleceu cerca de 35% desde o início do ano, mas deverá abrandar a valorização e fechar o ano com uma subida de 23,1% face ao valor do ano passado, para valer 486,61 kwanzas por dólar", concluem os analistas.