A democracia interna dos partidos políticos é, muitas vezes, o verdadeiro termômetro da vitalidade de uma nação. Num país onde o poder se concentra há décadas, a luta interna pode ser o prelúdio de uma transformação profunda ou, pelo menos, de um abalo estrutural. Estaremos num bom caminho quando os bilos destes confrontos internos, até então abafados começarem a emergir dentro dos próprios partidos.

O Presidente de Angola, João Lourenço, deu esta semana uma entrevista ao principal canal público de televisão. Bom, eu não sei se posso propriamente chamar aquilo uma entrevista. Aquilo foi mais um monólogo, interrompido algumas vezes pelo entrevistador bem comportado, dando dicas ou deixas ao Presidente para ele dizer aquilo que queria.

A opinião comum diz-nos que há duas formas de escolher o próximo candidato do MPLA à Presidência da República. Em primeiro lugar, a realização de eleições primárias, em que todos os interessados a candidatura se apresentam para serem escolhidos pelas bases do partido.

Fiquei surpreendido no táxi em que seguia da vila de Viana ao Zango, passando pela via que dá acesso ao cemitério e ao Viana Park, em direção ao desvio do Zango. Trata-se de uma estrada extremamente deteriorada, cuja má fama é conhecida por todos. Os moradores locais e os passageiros habituais apelidaram o troço de "estrada da UNITA".

A menos de dois anos das eleições gerais de 2027, Angola já vive uma preocupante intensificação de atos de intolerância política e violência contra militantes e figuras da oposição. Os episódios recentes demonstram que o ambiente político está se deteriorando, ameaçando uma frágil convivência democrática conquistada após décadas de conflito.