"A nível de Angola nós não estamos em crise energética, estamos num processo de transição, a nossa indústria petrolífera de alguma forma é madura, são quase 50 anos de produção petrolífera", afirmou esta Quarta-feira o presidente da AECIPA, Bráulio de Brito.
Segundo o responsável, que falava na III Conferência Ambiente e Desenvolvimento, Angola está a produzir no limite da sua capacidade e com "muitas reservas petrolíferas".
"As nossas infra-estruturas permitem que a nossa produção diária possa ser maior do que verificamos hoje, há um trabalho que deve ser feito para que tal aconteça, por isso vamos continuar e aí as operadoras têm a força de fazer isto acontecer. Nós as prestadoras estamos aqui disponíveis para o efeito", realçou.
Para o presidente da AECIPA, que foi um dos oradores da mesa redonda sobre a "Crise Energética, o Sector Extractivo e os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)", há ainda um caminho a percorrer, mais o país não tem uma crise energética como tal, insistiu.
Defendeu que Angola precisa de produzir mais petróleo de maneira eficiente e de forma limpa, para que "realmente", observou, os benefícios das receitas aí geradas possam ser canalizadas para o desenvolvimento social do país.
"E para que estas receitas sejam transformadas para que Angola possa ser independente do petróleo, para que o petróleo seja mais um pilar da nossa economia e não o pilar da nossa economia", assinalou.
O presidente da AECIPA apontou também a necessidade de o país continuar a manter a indústria petrolífera como o "motor para a transição para a diversificação económica", admitindo, contudo, que Angola "ainda não está pronta para viver sem o petróleo".
"Temos sim é continuar a reforçar tudo de bom que a indústria petrolífera oferece em termos de rendimento financeiro, em termos de sermos capazes de produzir com menos impacto ao ambiente, com desenvolvimento ecológico muito acentuado", frisou.
O líder da associação das prestadoras de serviço no sector petrolífero em Angola salientou ainda a importância de o sector estar alinhado aos ODS, para que a produção seja mais eficiente e com menos impacto ao ambiente.
Questionado durante o debate sobre a participação dos membros da AECIPA na transformação tecnológica do sector, Bráulio de Brito disse que a cadeia de valor do sector é suportada pelas prestadoras de serviço e estas são o motor da transição tecnológica.
As operadoras "têm o seu papel, mas do outro lado da cadeia de valor, nós somos os que executamos o serviço e acabamos nós as empresas prestadoras de serviço de ser o motor da transição para a transformação tecnológica", argumentou.
"Porque somos que realmente temos que usar essas tecnologias para as operadoras poderem operar e coordenar os processos de produção de forma eficiente com menos ataque ao ambiente", rematou.
"O Impacto dos ODS nos Negócios" foi o lema desta III Conferência Ambiente e Desenvolvimento realizada hoje, em Luanda, pela revista Economia & Mercado.
Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África Subsaariana depois da Nigéria.