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Segunda, 18 Março 2019 22:39

Governo angolano quer apoio dos EUA para combate à corrupção e regresso dos bancos correspondentes

O Governo angolano assumiu hoje que aceitará o apoio disponibilizado pelos Estados Unidos no combate à corrupção, branqueamento de capitais, financiamento do terrorismo e repatriamento coercivo de capitais e para o regresso dos bancos correspondentes a Angola.

A assunção foi feita pelo ministro das Relações Exteriores angolano, Manuel Augusto, numa conferência de imprensa conjunta que marcou o encerramento do terceiro encontro de Diálogo Estratégico com os Estados Unidos, que decorreu em Luanda na presença do secretário de Estado adjunto norte-americano, John J. Sullivan.

"O Governo de Angola tomou boa nota e agradeceu a disponibilidade do Governo dos Estados Unidos a apoiar Angola nos esforços no combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo, mas também ao nosso programa específico de repatriamento de capitais", sublinhou Manuel Augusto.

O chefe da diplomacia angolana manifestou igualmente satisfação por Washington ter decidido, também, apoiar essas ações de combate à fuga ilegal de capitais, que visa "a normalização da vida financeira" em Angola, o que, disse "implica, outros aspetos, o acesso da economia angolana ao sistema financeiro norte-americano".

"No que diz respeito à colaboração entre os órgãos de justiça, segurança, inteligência, ministérios públicos, naturalmente que, ao nível setorial, vamos discutir e encontrar as melhores formas para esta cooperação. Mas a resposta, globalmente, é sim. Nós queremos essa colaboração e vamos fazer uso dela", frisou.

O Banco Nacional de Angola (BNA) anunciou anteriormente que está a implementar, com o apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Plano de Adequação do Sistema Financeiro Angolano às normas internacionais de prevenção de branqueamento de capitais e combate ao financiamento do terrorismo.

O incumprimento por Angola destas regras levaram ao fim das relações com bancos correspondentes, em 2016, agravando a crise cambial que o país vive desde finais de 2014, cortando o acesso da banca à compra de dólares (divisas).

Segundo Manuel Augusto, a cooperação entre os dois países "está no caminho certo, é positiva e tem larga margem de cooperação".

"Os Estados Unidos transmitiram a sua confiança no Governo angolano e no Presidente [angolano] João Lourenço, manifestaram apoio à política de reformas e prometeram apoiar de forma multifacetada este esforço", acrescentou.

Afirmando-se "satisfeito" com a visita de Sullivan a Angola, Manuel Augusto justificou que, no âmbito das discussões bilaterais, estava prevista a assinatura de um memorando de entendimento no domínio da segurança e ordem pública, mas que acabou por não se concretizar para dar tempo e espaço para enquadrar todas as preocupações ligadas aos crimes de cariz económico.

"No decurso das nossas discussões, entendemos que o memorando pode ser ainda mais enriquecido para abranger outras áreas de cooperação. Por essa razão vamos trabalhá-lo para ser assinado o mais rápido possível. É um documento que está em progresso", explicou.

O secretário de Estado Adjunto norte-americano está em Angola desde a noite de sábado e hoje formalizou o início da visita oficial de cerca de 24 horas a Angola, tendo, de manhã, sido recebido pelo Presidente angolano.

Hoje à tarde, participa num encontro com a comunidade empresarial representada na Câmara de Comércio Estados Unidos / Angola (USAAC) e na Câmara Americana em Angola (AmCham-Angola).

Na sessão, o secretário de Estado Adjunto norte-americano fará discursos sobre a Estratégia da Administração para a África aos membros da comunidade empresarial e ressaltará a importância de expandir os laços económicos e comerciais com base no respeito mútuo.

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