A revelação é do Procurador da República, Pedro Domingos, feita hoje, no Luena, durante uma palestra sobre “O combate a corrupção, branqueamento de capitais e impunidade”, no quadro da semana da legalidade, decorrida no Instituto Superior Politécnico Privado Walinga do Moxico.
“Temos muitos casos de género (peculato e corrupção passiva), posteriormente chagarão ao tribunal para um julgamento público”, reafirmou, em declarações à imprensa, precisando que alguns processos encontram-se já em tribunal e outros em fase de instrução preparatória.
O magistrado do Ministério Público escusou-se a avançar nomes e especificidades dos crimes, reafirmando a luta pela corrupção e a impunidade.
Já o palestrante e igualmente procurador junto do comando municipal do Moxico da Polícia Nacional, José Buanga, apontou que a única forma de acabar com a corrupção e branqueamento de capitais é lutar contra a impunidade, e a população deve cultivar o acto de denúncias.
Explicou que o crime de branqueamento de capitais pressupõe três fases, sendo a primeira que consiste na recepção de valores ilícitos que ocorre quando um agente da função pública, dirigente, político ou titular de cargo publico, recebe dinheiro em devido para beneficiar alguém, dissimulando a licitudes de valores.
A segunda, explicou, é a fase da ocultação, onde a pessoa que se beneficia de acto de corrupção oculta por via de depósito na conta de uma terceira pessoa.
Enquanto que a terceira e última etapa do crime engloba a integração no circuito financeiro o dinheiro que, por sua vez, inicialmente, entra de forma ilícita e dissimulado na compra de um bem imóvel, depois o mesmo imóvel será vendido para uma outra pessoa e o dinheiro é revertido e injectado no mercado financeiro como se fosse licito.
Durante a semana da legalidade a PGR no Moxico tem ainda agendada palestras sobre o “combate a corrupção e a impunidade” e o “procedimento para o combate a impunidade”.