Terça, 26 de Agosto de 2025
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Terça, 26 Agosto 2025 19:01

Militantes da UNITA condenados por agressão a polícias, partido fala em sentença política

Um tribunal da província angolana do Bié condenou hoje três militantes da UNITA (oposição) com uma pena entre um e dois anos de prisão efetiva pela agressão a polícias, com o partido a falr em “condenação política”.

A condenação dos militantes da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, maior partido da oposição) refere-se a eventos ocorridos durante uma marcha promovida por este partido no sábado.

Felizardo Nangulo foi condenado a uma pena de dois anos de prisão efetiva, e Amélia Chinguto e Aurélio Mesquita, secretária e secretário adjunto da UNITA no Cuito, capital do Bié, a um ano e dois meses de prisão, noticiou a imprensa angolana.

Em comunicado, a Polícia Nacional de Angola (PNA) indicou que os condenados agrediram os efetivos da corporação escalados para assegurar a marcha da UNITA alusiva ao aniversário do seu fundador, Jonas Savimbi, realizada em 23 de agosto.

“Este ato irresponsável, cujas imagens repugnantes circulam nas redes sociais, é atentatório à autoridade do Estado e constitui uma séria afronta à ordem pública, à disciplina e ao respeito pelas instituições”, lê-se no comunicado do Comando Provincial da PNA do Bié.

Em declarações à Lusa, o secretário provincial da UNITA no Bié, Celso Torres, negou as acusações imputadas aos militantes e considerou que a “condenação foi política e visa silenciar a oposição”.

“Foi uma condenação de caráter político, estamos no mês do nosso patrono, presidente fundador da UNITA, e esse ato político realizado no dia 23 no Cuito foi comunicado uma semana antes à polícia com o respetivo itinerário e houve interferências da polícia durante a marcha”, explicou.

Segundo o responsável da UNITA, Amélia Chinguto e Aurélio Mesquita foram detidos ilegalmente na quando foram a tribunal apresentar a documentação que o partido remeteu à polícia a comunicar a marcha e o respetivo itinerário.

No decurso da marcha, explicou Celso Torres, efetivos da polícia “intrometeram-se”, tentando inverter o percurso, situação que gerou “alguma agitação e algazarra”, sobretudo porque os agentes da polícia, observou, “também agrediam os militantes da UNITA”.

“Detiveram os nossos responsáveis que foram a tribunal apresentar a documentação sobre a marcha. São condenações com caracter político, ninguém justifica o que se está a passar, porque a polícia sabe que [foi] o agente que se portou mal (…).

Vamos recorrer desta decisão, que é uma forma de se fazer calar a oposição”, concluiu.

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