O projecto ferroviário do Corredor do Lobito, que recebeu apoio financeiro da Sociedade Financeira de Desenvolvimento Internacional dos EUA (DFC) e da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID), enfrenta um impasse relacionado com o financiamento essencial para os estudos técnicos e avaliações de viabilidade, que continua bloqueado até à presente data.
Os funcionários governamentais e os promotores de projecto receiam agora perturbações devido a estes cortes financeiros, apesar da iniciativa estar em conformidade com os interesses estratégicos dos EUA.
Embora os EUA, a União Europeia e o Banco Europeu de Investimento continuem envolvidos no projecto, o financiamento dos EUA está agora indefinidamente congelado, criando incerteza quanto ao seu futuro.
O Corredor do Lobito é uma das muitas iniciativas mineiras e energéticas no continente africano que receberam a promessa de apoio financeiro da Corporação Financeira Internacional para o Desenvolvimento dos EUA, com apoio adicional da USAID.
Embora os projectos pareçam enquadrar-se nos objectivos da administração e concentrar-se em minerais críticos, a ansiedade em torno dos planos ilustra a forma como o Presidente Donald Trump injectou incerteza mesmo em investimentos estratégicos.
Uma das maiores preocupações é a reabilitação de uma ferrovia na República Democrática do Congo (RDC), uma infra-estrutura crítica ligada ao Corredor do Lobito. Em Dezembro de 2024, os EUA e a União Europeia assinaram um acordo com a RDC para estudar o projecto, que vai custar até mil milhão de dólares.
A USAID tinha afectado 250 mil dólares para explorar modelos financeiros para a renovação do caminho-de-ferro, incluindo o potencial para parcerias público-privadas envolvendo empresas ocidentais e financiamento da DFC. Além disso, foi apresentado um pedido de cinco milhões de dólares para financiar um estudo de pré-viabilidade actualizado, de acordo com fontes familiarizadas com o assunto.
Analistas alertam para o facto de que, se os EUA deixarem de apoiar as ambições de África, em especial no que diz respeito à adição de valor, os países africanos poderão vir a recorrer ao apoio financeiro mais substancial e consistente da China ou de actores emergentes como a Arábia SauditaO projecto ferroviário do Corredor do Lobito é uma iniciativa de infra-estrutura crucial, concebida para transportar minerais do Copperbelt centro-africano, onde se encontram alguns dos depósitos de cobalto e cobre mais ricos do mundo, para a costa angolana para serem enviados para os mercados ocidentais.
A Copperbelt é uma região natural da África Central que concentra extensos depósitos de cobre, cobalto e outros metais, localizado na região de fronteira entre o norte da Zâmbia, o sul da República Democrática do Congo e o extremo-leste de Angola.
Tradicionalmente, o termo “cintura de cobre da África Central” inclui as regiões mineiras da província de Copperbelt, na Zâmbia (nomeadamente as cidades de Ndola, Kitwe, Chingola, Luanshya e Mufulira), as províncias de Alto Catanga e Lualaba, no Congo-Quinxassa (nomeadamente as cidades de Lubumbashi, Coluezi e Likasi), e a província de Moxico (que inclui somente o Alto Zambeze).
É a área de mineração de cobre mais importante da África e a maior área industrial da África Subsaariana fora da África do Sul. Além do cobre, também são extraídos cobalto e outros metais. ISTO É NOTÍCIA