O juiz de garantia do Tribunal de Comarca de Luanda (TCL) decretou, nesta quarta-feira, 13, a prisão preventiva para os dois cidadãos de nacionalidade russa, Igor Racthin, 38 anos, e Lev Lakshtanov, 64 anos, decidindo-se, igualmente, pela aplicação da medida de coação mais gravosa para o secretário nacional para a mobilização da JURA, braço juvenil da UNITA, Oliveira Francisco, e para o jornalista da Televisão Pública de Angola (TPA), Carlos Tomé. Segundo o SIC, em informação avançada pela edição online do NJ, os homens são acusados de associação criminosa, falsificação de documentos, introdução ilícita de moeda estrangeira no País, terrorismo e financiamento ao terrorismo.
O SIC assegura que as investigações determinaram que os cidadãos russos são operacionais da organização Africa Politology, que, entre várias missões, visam promover campanhas de desinformação, manipulação da média local e infiltração em processos políticos, sobretudo no fomento da subversão.
A investigação SIC diz ter apurado ainda que a organização Africa Politology não actua apenas com propaganda digital e notícias falsas, "financia também manifestações encenadas, corrompe jornalistas locais e molda narrativas públicas a favor dos seus interesses estratégicos".
Com as suas investigações, o SIC conseguiu frustrar várias manifestações que estavam agendadas para as províncias de Luanda e Benguela, avançou o porta-voz do SIC, Manuel Halaiwa, sublinhando ainda que as investigações prosseguem para a detenção de outros suspeitos e o esclarecimento total destes crimes.
No ato de detenções, a investigação criminal angolana apreendeu vários meios como computadores, telemóveis, diversos documentos, dos quais alguns codificados, bem como somas em moeda nacional e estrangeira.
Angola viveu uma situação tensa, no final de julho, com tumultos em várias províncias do país, na sequência de uma greve protagonizada por associações e cooperativas de táxis, devido à subida do preço dos combustíveis e consequentemente das tarifas dos transportes públicos.
A paralisação ficou marcada por atos de vandalismo, pilhagem e violência, nas províncias de Luanda, Benguela, Huíla, Bengo, Icolo e Bengo, Huambo e Lunda Norte, com um resultado, segundo a Polícia Nacional de 30 mortos, mais de 200 feridos e mais de 1.500 detenções.
Na sequência desta ação, as autoridades têm anunciado a detenção essencialmente de vários dirigentes de associações e cooperativas de táxis, entre outros indivíduos. C/NJ