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Sábado, 26 Julho 2025 17:52

Aumento do combustível e carência alimentar agravam desigualdades sociais em Angola

Organizações religiosas alertaram hoje para o agravamento das desigualdades sociais em Angola, originado pelo aumento do preço do combustível e dos transportes e pela carência alimentar, considerando que as manifestações ameaçam a estabilidade sociopolítica do país.

O Conselho de Igrejas Cristãs em Angola (CICA), a Aliança Evangélica de Angola (AEA) e o Fórum Cristão Angolano (FCA), em Carta Pastoral sobre a situação de Angola, consideram que a subida do preço dos combustíveis tende a causar instabilidade na vida das famílias, cuja capacidade de compra é baixa.

“Muitas famílias já enfrentam dificuldades financeiras e o aumento das propinas escolares, preço dos transportes públicos e privados, cesta básica, bem como outros serviços pode limitar o acesso à educação, que é um direito fundamental que deve ser garantido a todos os angolanos”, refere-se na nota.

O CICA, a AEA e o FCA dizem que têm acompanhado ondas de manifestações que ameaçam a estabilidade social, política e económica do país, e alertam para o “agravamento das desigualdades sociais, que o aumento dos preços dos bens e serviços pode causar, especialmente entre os grupos mais vulneráveis da (…) sociedade” angolana.

Consideram ser “urgente” a revisão das atuais políticas económicas para “promover a autossuficiência alimentar entre os angolanos e garantir um acesso equitativo à educação”.

Ativistas, membros da sociedade civil, políticos e estudantes têm promovido nos últimos dias manifestações, em várias províncias angolanas, protestando contra o aumento das propinas, dos combustíveis, da tarifa dos transportes, da água e eletricidade e a degradação da condição socioeconómica das famílias, pedindo revisão das medidas.

As organizações religiosas exortam, por outro, o povo angolano a “manter-se calmo, sereno”, considerando que os mais difíceis problemas que atentaram a dignidade do angolano foram ultrapassados com a independência do país, alcançada há 50 anos, e referindo que a “atual tempestade pode ser controlada e ultrapassada”.

Instam ainda o Governo angolano “a ter sempre ideia de que o povo é a razão da sua existência” e que a sua ação é para servir e não para ser servido e encorajam, ao mesmo tempo, o Presidente angolano, João Lourenço, a promover o diálogo útil com a sociedade “para se contornar esta situação que perigosamente ameaça a estabilidade do país”.

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