Apesar dessa data temporal, não refletir com realismo absoluto para satisfazer a vontade do soberano, que a muito aguarda pelo desfecho rápido das autarquias, porém, esse é o único caminho valido para sair do sufoco imposto pelo partido no poder, que tudo tem feito desde a independência, para inviabilizar a vontade popular que passa pela realização das eleições autárquicas.
Porém, um grupo de aventureiros afetos ao MPLA, apoderaram-se do país, e sequestraram a ordem jurídica e constitucional, transformando o país numa propriedade privada, sem ordem jurídica e sem legalidade político-institucional.
O país do passado e presente resume-se numa demonstração do poder totalitário do MPLA. Mas, existe sim, uma doutrina territorial pensada apenas para servir os interesses do partido-estado.
Apesar de o MPLA não ter qualquer legalidade jurídica para manter a totalidade do país, sob seu controle e mando, ainda assim, administra com leviana exclusividade e ao arrepio da lei e da constituição todo território angolano.
Torna-se por isso, ser necessário e urgente, pôr ordem no circo criado a imagem e semelhança das lideranças do MPLA.
É preciso começar-se pelo princípio, pois, pensando bem, já está mais que na hora para legitimar ás futuras autoridades que venham a obter mandatos pela via eleitoral para governar os municípios, distritos e comunas, que se encontram debaixo do guarda chuvas do MPLA, á cerca de 48 anos ininterruptos.
Aos angolanos resta continuar a lutar e insistir, que o poder local seja instituído e legitimado irrestritamente, ou seja, que o poder local abranja todo território nacional.
É chegada o momento de refletir Angola, só assim se pôde constituir de facto e de direito o país insular e continental que todos desejam, além do mais, é importante municipalizar o poder político-administrativo local.
O país não pode continuar com as mesmas cores de apenas um partido, o MPLA tem que deixar o país seguir o seu curso natural em direção das eleições autárquicas.
Já está na hora de se mandar a administração do MPLA para o inferno, está mais do que provado, que o MPLA não tem condições para continuar a ser poder em toda extensão do território nacional, como acontece há 48 anos.
Que venham então às autarquias. A perspetiva de se caminhar em direção às autarquias com firmeza, tem alimentado de sobremaneira o sonho de liberdade dos angolanos.
A eventualidade disso vir a acontecer, só demonstra a necessidade urgente de se mudar a rota da caminhada. Não se pôde continuar na mesmice de sempre, a tolerância termina aqui e agora, já não é mais possível o cidadão ter a obrigação de caminhar em estradas verticalizadas, impostas às populações por uma meia dúzia de "pensadores" arregimentados em departamentos desoladores e de vontades psicológicas estatizadas pelo poder autoritário.
Em Angola, todos podem na perfeição agir na busca do diferente. A perspetiva do novo, não inviabiliza o encontro equilibrado dos diferentes.
Quero assim esclarecer, que a busca do diferente, revitaliza qualquer interdependência que vise buscar a lógica da igualdade por caminhos alternativos.
Pôde-se afirmar, que chegar às autarquias por estradas, vias e caninhos alternativos, não negativiza o propósito positivo de se ser diferente na igualdade,
desde que, não sejam neutralizadas as possibilidades pelos nocivos progenitores das desigualdade e do pensamento totalitário.
Segundo o que Marx e Engels, definiram, as massas devem caminhar segundo a vontade dos poderosos para serem iguais na linha de mando, debalde.
Ao contrário da arrogante obscurecida determinação dos pensadores comunistas, da era da industrialização do século XX, importa aqui reiterar, que seria um tremendo insulto a consciência coletiva dos angolanos compactuar essa vertente do pensamento retrogrado com aceitável aceno positivo.
Mesmo que seja necessário mergulhar no mar do desconhecido em busca de caminhos diferentes para se chegar incólumes ás eleições autárquicas, que assim seja.
Nesses tempos de luta, nota-se que gente de vários extratos sociais buscam estradas, caminhos e vias alternativas que os levem por caminhos onde a discussão sobre as autarquias sejam incentivadas pelas lideranças já posicionadas.
Todos na diferença são iguais, mas, também são insuficientes na para preparar e lutar abertamente pelas autarquias. Por isso, é importante que se normalizem ás relações na diferença do debate público.
A governação não tem que ser aviltada diante dos direitos protegidos constitucionalmente. A governação tem que ser aliada a vontade dos diferentes.
Pois o normal, tem que ser sempre o pendor de normalidade, sobretudo, quando o grande objetivo, é o de devolver o poder ao povo, de onde emana o poder real simplificado de governar para todos, conforme prediz o princípio da universalidade nas democracias representativas consolidadas.
É preciso discutir o país com pragmático realismo, é importante analisar a necessidade crescente da realização das autarquias com elevado espírito nacionalista.
É igualmente importante encontrar novas formas de luta, que leve o país a caminhar na direção oposta aos caminhos buscados unilateralmente pelo MPLA. É importante ir ao encontro da nação alternativa reprimida, só desse modo, às autarquias serão levadas a bom porto.
A discussão sobre o restante do pacote legislativo autárquico, terá que acontecer no segundo de 2023. Já as eleições autárquicas, espera-se que atinjam o seu ponto mais alto da definição da data da sua realização em agosto de 2024.
Não é sábio pensar-se, que Angola continue até 2027, com a mesma única cor político partidária do MPLA. Não há legitimidade aceitar, que o MPLA á comande irresponsavelmente, á totalidade do território nacional, como acontece há 48 ininterruptos anos.
O país pertence a todo angolano, Angola, não é pertença de apenas de alguns iluminados mangas de alpaca. Assim a luta vai ter que continuar até que se alcance o desfecho que todo angolano deseja.
Estamos juntos.
Por Raul Diniz