Por Abílio Kamalata Numa
Infelizmente, os sucessivos governos do MPLA desde 1975/2021, demonstraram o desconhecimento total das dinâmicas da África colonial e os desejos dos angolanos para o pós-colonial. Como consequência, esses governos não se habilitaram para os desafios de construção do Estado de Angola depois do colonialismo. O resultado, como é óbvio, foi a instalação do regime cleptocrático de matriz marxista inspirado na URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) e agora na China de Xi Jinping.
Neste contexto, a juventude angolana forçada a ser força motriz desta revolução no mundo multipolar e com distintos centros de poder, exercendo influência no campo político, económico e militar é obrigada a perceber as dinâmicas políticas de momento, o adversário e as alianças. De contrário, perder-se-á no turbilhão do infantilismo revolucionário que conduz ao fracasso da sequência concatenada das victórias anteriores contra o colonialismo português e o imperialismo russo-cubano.
Assim, em Angola, não são aliados da juventude os tribunais nacionais, o executivo, o poder legislativo, a comunicação social pública, cobardemente usados por quem fraudulentamente os coloca a seu serviço contra concorrentes políticos. O que impõe as FAA, a Polícia Nacional e a Segurança de Estado a consciência do dever que tem por objectivos a garantia da defesa da soberania e independência nacionais, da integridade territorial e dos poderes constitucionais e, por iniciativa destes, da lei e da ordem pública, o asseguramento da liberdade e da segurança da população (incluindo a protecção contra os abusos da cleptocracia), contra agressões e outro tipo de ameaças externas e internas...
Desta feita, em Angola, são aliados da juventude todo povo, todos intelectuais não bajuladores, todas ONGs, igrejas e partidos políticos não alinhados com o regime cleptocrático, todos patriotas no seio do MPLA, o Tribunal Penal Internacional (para onde já deviam estar as queixas contra o Senhor Eugénio César Laborinho, o actual Comandante Geral da Polícia Paulo Gaspar de Almeida, o Bureau Político do MPLA), o Tribunal Africano dos Direitos Humanos e dos Povos (idem as queixas anteriores), a ONU através do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, da Convenção Internacional dos Direitos Económicos Sociais e Culturais, da Convenção sobre Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial (idem as queixas anteriores).
As denúncias a lei orgânica para as eleições, ao registo eleitoral contravertido face as boas práticas da SADC e as empresas nacionais e estrangeiras envolvidas em actos ilícitos de subversão da ordem constitucional devem se sobrepor ao afoito que ainda se manifesta no seio do regime e seus apoiantes habituados a viver com a mentira e a batota como forma normal de se estar na política. Porque para JLO só há duas chances; sair pela via eleitoral ou sair pela via que Ele escolher.
Finalmente, a juventude angolana deve estender-se para a consciencialização da ampla cidadania no exercício do Artigo 47º da Constituição da República de Angola na busca de sua maior expressão nacional para garantir o respeito das exigências nacionais através da manifestação que garante a continuação da revolução e conquista do respeito da Constituição e da lei. De contrário os cleptocratas dirão: “os cães ladram, enquanto a caravana passa”.