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Quarta, 10 Agosto 2016 21:35

EMG das FAA abre investigações para o esclarecimento da morte de adolescente no Zango – C\VIDEO

As Forças Armadas Angolanas (FAA) anunciaram uma investigação para "esclarecimento" do "grave acidente" que, durante a demolição de centenas de casas nos arredores de Luanda, terminou na morte de um rapaz de 14 anos, atingindo a tiro.

A posição surge num comunicado hoje divulgado pela Estado-Maior General das FAA, aludindo ao incidente ocorrido a 05 de agosto no bairro Walale, na zona do Zango II, no município de Viana.

O caso tem motivado forte contestação pública na sociedade angolana nos últimos dias, exigindo uma investigação ao sucedido e apoio à família do rapaz que, segundo relatos de outros populares, estaria a opor-se à demolição da casa dos pais. Terá sido atingido no pescoço por um dos disparos feitos pelos militares - que coordenam as operações - para dispersar a multidão que contestava as demolições, descreveram as testemunhas.

O Estado-Maior General justifica as demolições porque os "cidadãos ocupavam indevidamente o perímetro de segurança do novo aeroporto internacional de Luanda, em construção", quando "foi atingido mortalmente um adolescente de 14 anos".

"O Estado-Maior General alerta a população para evitar afrontar os militares, com armas de fogo, como ocorreu nesse trágico acidente, onde foram capturadas duas armas", refere o mesmo comunicado.

O incidente com o menor envolveu efetivos da Região Militar de Luanda, que é comandada pelo tenente-general Simão Carlitos "Wala".

Segundo dados preliminares avançados à Lusa pela organização não-governamental angolana SOS Habitat, as demolições afetaram cerca de 2.500 famílias no Zango II e mais de 620 residências no Zango III, áreas nos arredores de Luanda.

A Human Rights Watch pediu na quarta-feira uma investigação "imediata e imparcial" à morte do rapaz, recordando que foi atingido a tiro por militares durante um "protesto pacífico".

Em comunicado enviado à Lusa, aquela organização internacional de defesa dos direitos humanos afirma que o uso pelo Governo de polícia militar numa "manifestação contra a demolição de casas", para um projeto de desenvolvimento, "levanta sérias preocupações sobre o uso desnecessário das forças de segurança da força letal".

O comunicado do Estado-Maior General das FAA acrescenta que "estão em curso medidas que evitem a ocorrência de situações semelhantes no futuro".

"Sendo que as Forças Armadas Angolanas têm como principal missão a defesa da Nação, onde a população é um dos elementos fundamentais, que merece todo o nosso respeito, proteção e dedicação, lamentamos profundamente o sucedido", conclui o comunicado do Estado-maior.

Comunicado do EMG/FAA

O Estado Maior General das Forças Armadas Angolanas, tomou conhecimento do grave incidente ocorrido no passado dia 5 de Agosto no Zango Dois, município de Viana, província de Luanda, que envolveu efectivos da Região Militar Luanda e os cidadãos que ocupavam, indevidamente, o perímetro de segurança do novo Aeroporto Internacional de Luanda, em construção, em que foi atingido, mortalmente, um adolescente de 14 anos de idade, chamado Rufino Marciano António.

Sendo que as Forças Armadas Angolanas têm como principal missão a defesa da Nação, onde a população é um dos elementos fundamentais, que merece todo o nosso respeito, proteção e dedicação, lamentamos profundamente o sucedido.

Estão em curso medidas que evitem a ocorrência de situações semelhantes, no futuro.

O Estado Maior General das Forças Armadas Angolanas curva-se perante a memória do malogrado Rufino Marciano António, que perdeu a vida em circunstâncias trágicas e apresentam à família os mais sentidos pêsames.

O Estado-Maior General alerta a população para evitar afrontar os militares, com armas de fogo, como ocorreu nesse trágico acidente, onde foram capturadas duas armas.

O Estado-Maior General está a fazer todas as investigações para o esclarecimento deste grave acidente. 

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