Print this page
Quarta, 24 Fevereiro 2016 05:29

Makuta Nkondo e José Patrocínio faltam ao tribunal

Alguns membros do suposto Governo de Salvação Nacional convocados a comparecer nesta terça-feira, 23, no Tribunal Provincial de Luanda como declarantes durante o julgamento dos 17 activistas negaram-se a fazê-lo.

Entre os convocados por edital no Jornal OPAÍS estão o jornalista e antigo deputado Makuta Nkondo e o activista e presidente do Omunga José Patrocínio.

José Patrocínio disse à VOA que, enquanto o Tribunal não esclarecer os motivos da sua convocação, não se apresentará enquanto Makuta Nkondo assegurou que só compulsivamente é que o fará.

“Não vou nem que me capturem, não participo desta brincadeira'', reiterou.

Na audiência de hoje, foram ouvidas seis pessoas, entre elas Anibal Rocha e José Maria, dois antigos governadores de Luanda, e o professor universitário Nélson Pestana Bonavena.

O juiz Januário Domingos José marcou a próxima audiência para o dia 7 de Março.

Recorde-se que ontem, o antigo primeiro-ministro Marcolino Moco garantiu à VOA que, mesmo que seja formalmente notificado, não comparecerá no tribunal.

Os ativistas angolanos em prisão domiciliária pediram aos declarantes cujos nomes são associados a uma lista de um hipotético Governo de Salvação Nacional que não compareçam ao Tribunal Provincial de Luanda e que, em contrapartida, produzam um vídeo de 30 segundos a dizer a razão da sua posição, informa a rádio VoA.

"Vocês são pessoas idóneas, bem conhecidas da sociedade angolana e não merecem o vexame público a que foram sujeitos com a intimação feita via imprensa pública, manchando de forma absolutamente deliberada o vosso bom nome e reputação", escrevem os 14 réus para justificaram o seu pedido na carta citada pela rádio VoA.

"Depois dos esclarecimentos do jurista Albano Pedro, insistir na vossa presença não tem outro intuito senão o de vos humilhar simples e unicamente".

A ida ao tribunal, de acordo com os subscritores da carta, "será legitimadora da farsa".  "Por isso - afirmam -, em nome da cidadania, que queremos todos reforçar, exultamo-vos a um acto de continuada desobediência civil".

Por isso,"não compareçam", reiteram os activistas que revelam que o padre Pio Wacussanga "tem sido vítima de perseguições na sua província de origem por ter sido indevidamente associado ao caso".

Os jovens réus, que o regime angolano acusa de tentativa de rebelião para derrubar o presidente José Eduardo dos Santos, pedem aos declarantes convocados pelo Tribunal que sigam o exemplo de José Patrocínio, Justino Pinto de Andrade, Makuta Nkondo e o ex-primeiro-ministro Marcolino Moco, conhecidas figuras públicas que se recusaram a comparecer.

Aos declarantes que já se fizeram presentes, "por respeito à ordem de um órgão de soberania (que não é digno de vénia), por solidariedade a nós, réus e protagonistas forçados nesta mascarada, ou por qualquer outro motivo, que façam também um vídeo de 30 segundos apoiando a iniciativa que pedimos aos primeiros", continuam.

A terminar a carta, os ativistas dizem que "chega de vandalizar as instituições que estão ao serviço da Nação e do soberano povo angolano" e pedem "resistência à decadência" e "liberdade já".

Refira-se que o juiz Januário Domingos José renovou a prisão domiciliária dos réus por mais dois meses.

Nito Alves, um dos presos, que cumpre prisão efectiva por desrespeito ao Tribunal, não assinou a carta enviada segunda-feira (22)..

Voanews

Rate this item
(0 votes)

Latest from Angola 24 Horas

Template Design © Joomla Templates | GavickPro. All rights reserved.