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Quinta, 22 Outubro 2015 16:00

Saúde de Luaty à beira da linha que separa “estabilidade do ponto de não retorno”

É o que diz à Renascença o amigo que tem acompanhado o activista em Luanda. Luaty Beirão está em greve de fome há 32 dias.

A equipa médica que acompanha Luaty Beirão, em greve de fome há 32 dias, diz que o estado de saúde do activista luso-angolano está a entrar num "perigoso namoro com a linha que marca a fronteira entre a estabilidade e o ponto de não retorno”.

O activista luso-angolano Luaty Beirão estava “lúcido e a discorrer com clareza” quando o embaixador de Portugal em Luanda, João da Câmara, o visitou hoje, segundo informação do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) divulgada hoje à tarde em Lisboa.

 

“O Embaixador de Portugal em Luanda pôde testemunhar que Luaty Beirão estava lúcido e a discorrer com clareza, e, tanto quanto é possível aferir numa visita, a ser bem acompanhado em termos médicos”, segundo o texto enviado à agência Lusa.

O encontro desta quinta-feira do diplomata português com o activista angolano, um dos 15 detidos desde Junho acusados de actos preparatórios para um golpe de Estado e um atentado contra o Presidente de Angola, durou cerca de 20 minutos e tinha sido anunciado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros português para as 11h00 (mesma hora em Lisboa) desta quinta-feira.

O encontro aconteceu, no entanto, uma hora antes. No final, o embaixador João da Câmara, à Lusa, escusou-se a prestar declarações sobre o teor e propósito do mesmo, remetendo qualquer informação para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Portugal.

Apesar dos esforços da Renascença junto do ministério até agora não foi possível obter qualquer informação. No entanto, Pedro Coquenão garante que a visita foi essencialmente oficial. “Foi uma visita oficial, a dar conhecimento da solidariedade e do acompanhamento por parte das autoridades portuguesas”, refere.

Luaty Beirão tem também nacionalidade portuguesa, mas já fez saber pela família que pretende ser julgado como angolano - nasceu e vive em Luanda -, sendo um dos rostos mais visíveis da contestação ao regime angolano, tendo já sido preso pela polícia em manifestações de protesto.

Mantém a greve de fome exigindo a libertação de todos os acusados neste processo enquanto não forem julgados pelo tribunal, como prevê a lei angolana no enquadramento deste tipo de crime.

O “rapper” e activista integra um grupo de mais 16 pessoas - duas a aguardar julgamento em liberdade - que estão acusadas formalmente, desde 16 de Setembro passado, pelo Ministério Público, estando o início do julgamento, no tribunal de Luanda, agendado para 16 de Novembro.

Renascença

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