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Sexta, 05 Setembro 2025 14:33

Viúva acusa general Sequeira João Lourenço de envolvimento em morte do marido por dívida milionária

Uma cidadã angolana, identificada apenas por Juliana, acusa o chefe-adjunto da Casa Militar da Presidência da República, general Sequeira João Lourenço, de estar implicado na morte do seu marido, de nacionalidade argentina, no contexto de uma dívida de dois milhões de dólares, soube o Imparcial Press.

Segundo a denunciante, a empresa do irmão do Presidente da República, SJL, teria contraído a dívida junto do malogrado, que à época trabalhava na área de logística da Casa Militar, no quadro de um negócio de importação.

Após a morte do argentino, em circunstâncias consideradas suspeitas, num acidente de viação na província do Cuanza Sul, o general recusa-se a liquidar a quantia exigida pela família.

Juliana acrescenta que antes da tragédia chegou a apresentar uma queixa-crime, representada pelo advogado e antigo primeiro-ministro Marcolino Moco.

Pouco tempo depois, o seu marido perdeu a vida no acidente e o advogado foi afastado do cargo que exercia como administrador não-executivo da Sonangol.

“Acredito que os dois acontecimentos estão relacionados, porque estávamos a lidar com alguém muito poderoso”, afirmou.

A viúva assegura ter procurado uma solução amigável ao longo dos anos, mas denuncia resistência por parte do general, que recentemente se recusa até a atender as suas chamadas.

“Consegui falar com a filha dele, Neusa, que vive no Benfica, pedindo a sua intercessão, mas ela acabou ameaçada pelo próprio pai para não se envolver no assunto”, contou.

Juliana recorda ainda que, logo após a morte do marido, um efectivo do Serviço de Investigação Criminal procurou informações sobre as actividades do falecido, numa altura em que as circunstâncias do acidente levantavam suspeitas de premeditação.

Num apelo desesperado, a cidadã solicita agora a intervenção direta do Presidente da República, João Lourenço, para a resolução do caso, alegando atravessar dificuldades financeiras com a filha que teve com o malogrado.

“Cheguei a tentar expor a situação pessoalmente ao Presidente durante uma atividade oficial, mas fui impedida. Pouco depois recebi um telefonema do general a repreender-me e, dias mais tarde, o meu marido morreu no acidente no Cuanza Sul”, relatou.

De realçar que o general Sequeira João Lourenço desempenha funções de relevo como chefe-adjunto da Casa Militar da Presidência, cargo para o qual foi nomeado em fevereiro de 2023.

É irmão do Presidente João Lourenço, e a sua carreira militar e empresarial inclui a fundação da SJL Aeronáutica, empresa com operações na aviação civil, turismo e serviços conexos.

Esta envolvido em controvérsias, como a aquisição de aviões da Sonangol e a criação de uma sua subsidiária na República Democrática do Congo, que levantaram questões sobre favorecimento e transparência.

Além disso, o general foi recentemente vinculado a denúncias de desvio de recursos militares junto da Unidade de Execução de Desminagem (UED), incluindo retiradas não justificadas de armamento e equipamentos destinados à desminagem, o que prejudicou operações vitais.

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