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Segunda, 04 Agosto 2025 16:32

Hoteleiros consideram que tumultos “beliscaram” imagem de Angola e defendem estabilidade

O presidente da Associação dos Hotéis e Resorts de Angola (AHRA) defendeu hoje que as autoridades e parceiros devem trabalhar para garantir paz e estabilidade no país, após os tumultos da semana passada que “beliscaram” a imagem do país.

“[Os acontecimentos registados em Angola] beliscaram, naturalmente, a imagem do país. O que se passou em Angola ficou nos noticiários internacionais. Portanto, precisamos, agora, acalmar a situação, trabalhar, de facto, para que as pessoas percebam que nós temos paz, temos estabilidade”, afirmou hoje Ramiro Barreira, em declarações à Lusa.

Barreira apelou a que as autoridades angolanas e os seus parceiros trabalhem para organizar o país "a todos os níveis", ajudando a melhorar a vida das populações e a criar as condições para "um turismo sustentável, forte e robusto”.

Condenando os atos de vandalismo, pilhagens e violência registados, na última semana, em Luanda e nalgumas províncias do interior de Angola, salientou que os associados da AHRA não reportaram casos de unidades hoteleiras vandalizadas.

O responsável reconheceu que os acontecimentos dos dias 28, 29 e 30 de julho passado condicionaram a mobilidade de pessoas para hotéis, restaurantes ou zonas turísticas pelo país, classificando os episódios registados de “desagradáveis”.

“Sim, efetivamente, nós temos que olhar o país, temos que saber que temos problemas que temos de ultrapassar, principalmente o combate à pobreza, aumentar o poder de compra das populações, mas isto não justifica (...) que haja atos de vandalismo”, criticou.

Defendeu a necessidade de diálogo entre autoridades e os cidadãos para se acautelarem situações do género: “Penso que precisamos é sentar, ter alguma racionalidade, pormos a cabeça no lugar e dizer que precisamos de calma e paz para encontrarmos os melhores caminhos”.

“É uma série de desafios que o Governo terá de realizar (saúde, educação, emprego, necessidades básicas) e nós, como parceiros sociais, também estamos disponíveis para contribuir, para ajudar a encontrar as melhores soluções”, notou.

A capital angolana e outras províncias do país registaram cenas de vandalismo e pilhagens, sobretudo de estabelecimentos comerciais e armazéns, na sequência de uma greve dos taxistas contra o aumento dos combustíveis que degenerou em protestos violentos contra a atual situação socioeconómica do país.

Entre as instituições vandalizadas, em Luanda, está o hotel de António Bumba, localizado no bairro Calemba 2, alvo de um ataque descontrolado de cidadãos que deixaram o espaço completamente destruído, como lamentou o seu proprietário em declarações à Lusa, pedindo ajuda.

O presidente da AHRA disse desconhecer este caso em particular, manifestando indignação e repúdio por este ato, que "viola todos os valores das sociedades que são organizadas”.

Ramiro Barreira enalteceu o apoio às empresas afetadas pelos atos de vandalismo, anunciado pelo Presidente da República, João Lourenço, acreditando que as “compensações” aprovadas pelo Governo devem ajudar as empresas a reiniciar as suas atividades e salvaguardar os empregos.

Questionado sobre os principais desafios do setor hoteleiro e turístico do país, o presidente da AHRA respondeu: “Acho que o principal desafio que nós vamos ter agora, naturalmente, é o facto de criarmos condições psicológicas para que as pessoas acreditem que, de facto, Angola é um país estável”.

“Esta situação [vandalismo e violência] não veio nada ajudar a criar um ambiente de desanuviamento que permita que o turismo desenvolva. Estamos apostados, juntamente com o Ministério do Turismo, para que Angola passa ser uma plataforma importante a nível do turismo mundial”, disse.

Quanto ao turismo interno, disse acreditar que a situação poderá "melhorar substancialmente", mas, para isso, será preciso "aumentar também o poder de compra das pessoas, principalmente a classe média, que é a que mais se movimenta para o turismo interno”.

Apontou ainda a necessidade de melhorar "as infraestruturas, sobretudo rodoviárias", e também "a mobilidade a nível do transporte aéreo e a interconectividade entre as províncias”.

“Agora, vamos precisar de ter calma e paz para as pessoas perceberem que o que aconteceu aqui em Luanda e algumas províncias foram apenas atos isolados, e que o país tem estabilidade, tem rumo, tem estabilidade política, tem segurança, que são fatores fundamentais para termos turismo sustentável”, concluiu o empresário angolano.

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