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Terça, 18 Novembro 2014 18:39

"Kangamba contra-ataca"

Bento Kangamba e as suas duas vitimas Brasileiras Bento Kangamba e as suas duas vitimas Brasileiras

Inocente e mal tratado pela Justiça e Comunicação Social. É assim que o general Bento “Kangamba” dos Santos se apresenta num longo texto de direito de resposta hoje publicado no Correio da Manhã, em reação a notícias que considera atentarem contra o “bom nome”. Em Portugal, Brasil ou França, onde o marido da sobrinha do presidente angolano se viu enredado nas malhas da Justiça, ninguém é poupado.

Num invulgarmente longo direito de resposta – uma página inteira – Kangamba garante ser titular de contas bancárias, imóveis e sociedades comerciais. Assume ser rendimentos milionários, mas rejeita que tenha rendimentos da prostituição no Brasil ou estar ligado ao branqueamento de capitais.

 “Sou titular de rendimentos muito elevados, que aufiro no exercício da minha actividade empresarial em Angola, que inclui, entre outras, a construção civil e obras públicas e a compra e venda de diamantes. Felizmente, os meus proveitos anuais excedem em muito os propalados 33 milhões de euros”, afirma. Este valor foi apresentado no jornal como o rendimento de uma rede de tráfico de mulheres ao longo de 6 anos, em que teria participado no Brasil.

 “Qualquer leitor com bom senso se perguntaria porque motivos iria eu buscar rendimentos menores numa actividade criminosa”, afirma “Kangamba”.

o processo no Brasil, garante ter sido “infundadamente acusado de custear as despesas de uma organização criminosa com vista a usufruir em proveito próprio do serviço de alegadas prostitutas em satisfação da minha lascívia”, mas “nunca com a finalidade de extrair proventos financeiros”.

A acusação contém “torpes falsidades, que traduzem um expediente de inspiração política destinado a manchar o meu nome e a imagem de Angola perante a comunidade internacional”, afirma. A Justiça não é poupada por Kangamba, que afirma que as escutas telefónicas realizadas foram instrumentalizadas e viciadas pelas autoridades brasileiras. Estas mostraram “má-fé, determinadas na persecução mas negligentes e desleixadas na ponderação dos motivos de facto”.

Diligências posteriores terão levado a que a ordem de prisão preventiva fosse revogada, juntamente com o mandado de detenção internacional junto da Interpol. O processo brasileiro “nunca alude a atividade futebolística como forma de branquear seja o que for”, afirma.

Também a Justiça francesa é visada por “Kangamba”, O dinheiro apreendido não era seu ou administrado por si, não foi constituído arquido ou acusado pela prática de branqueamento. O pedido de certificado de que não é arguido, “ainda não foi deferido, numa demora anormal, e no mínimo suspeita”.

“Kangamba” está a ser investigado pela Justiça portuguesa por suspeitas de branqueamento de capitais, após um pedido das autoridades francesas. Segundo o Diário de Notícias, nas buscas efetuadas em outubro, a Polícia Judiciária apreendeu milhares de euros em notas numa das casas do general angolano. O Ministério Público congelou ainda uma conta bancária de 400 mil euros.

A mesma fonte adianta que a PJ e o Departamento Central de Investigação e Ação Penal querme saber se “Kangamba” beneficiou de facilidades em depósitos bancários numa conta do BES Angola sediada em Portugal. Terá aplicado montantes significativos em produtos financeiros do extinto BES.

Kangamba desmente que tenham sido apreendidos 8 milhões de euros nas recentes buscas judiciais. Não tem, diz, cofres em bancos ou administra um fundo milionário que serve para branquear dinheiro. Admite que gosta de frequentar casinos, mas assegura que não é “viciado”, como foi referido no jornal.

Palavras duras são também deixadas para a Justiça portuguesa. Os actos e diligências praticados pelas autoridades “têm sido um permanente atropelo das garantias constitucionais que assistem aos visados num processo penal”, sendo negado o exercício de faculdades processuais e o direito de prestar esclarecimentos.

O autor da queixa que desencadeou as investigações, Adriano Parreira, é também atacado. Kangamba qualifica-o de “activista político que pretende é perseguir tudo o que surge ligado ao poder político em Angola”. A comunicação social, essa “muitas vezes assumiu postura facciosa em desfavor” do general angolano.

AM

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