Print this page
Domingo, 26 Abril 2020 13:40

Banco BNI recusa responder a "falsidades e insinuações mal-intencionadas"

O Banco BNI afirmou hoje que não responde a falsidades e a insinuações mal-intencionadas, reiterando que permanece à disposição das autoridades, mas que não hesitará em tomar medidas para salvaguardar a sua reputação.

Num comunicado emitido hoje, o Banco BNI lembra que a sua subsidiária em Portugal (BNI Europa) foi alvo de uma ação inspetiva por parte do Banco de Portugal, entre março e julho de 2016, precisando que “tanto quanto é do seu conhecimento, até à data o BNI Europa não foi objeto de qualquer acusação ou, menos ainda, de decisão condenatória por parte do Banco de Portugal a respeito daquela inspeção”.

O comunicado do Banco BNI surge na sequência da divulgação de artigos de opinião com referência ao Banco de Negócios Internacional (BNI) e à sua subsidiária em Portugal, (BNI Europa).

Afirmando-se ciente da sua atuação “correta e transparente” e de que sempre disponibilizou todas as informações solicitadas pelo Banco de Portugal, o Banco BNI sublinha que permanece à disposição das autoridades para todos os esclarecimentos necessários.

Neste contexto, “escusa-se a responder a falsidades e a insinuações mal-intencionadas, algumas com evidente caráter pessoal”, mas avisa que “não hesitará em tomar as medidas necessárias à salvaguarda da sua reputação e respeito pelas centenas de colaboradores”.

Na quarta-feira, dia 22 de abril, a organização não-governamental (ONG) internacional Friends of Angola apelou ao Banco Central Europeu (BCE) e ao Banco de Portugal que avancem com uma investigação formal ou cancelem as licenças das subsidiárias portuguesas de bancos angolanos.

Na carta dirigida à presidente do BCE, Christine Lagarde, e ao governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, o diretor executivo da Friends of Angola (FoA), Florindo Chivucute, mencionou o Banco de Negócios Internacional (BNI) e BNI Europa, o Banco Privado Atlântico (BPA) Europe e o Banco Africano de Investimentos como estando na posse de antigos ou atuais políticos angolanos, sendo usados para “lavar” dinheiro de Angola para a União Europeia.

“Várias fontes indicam que os bancos mencionados foram criados por pessoas ligadas a ex-funcionários atuais e antigos do Governo angolano para lavar dinheiro de Angola para a União Europeia. As entidades bancárias estão a cumprir as leis internacionais contra lavagem de dinheiro e combate ao financiamento do terrorismo, bem como as leis portuguesas sobre financiamento ilícito”, sublinhou a ONG.

Um relatório recente do Projeto de Investigação sobre o Crime Organizado e Corrupção (OCCRP, na sigla em inglês), denominado “Como as elites angolanas criaram uma rede de bancos privados para movimentarem a sua riqueza para a União Europeia”, revelou que as auditorias feitas em Portugal detetaram várias irregularidades, apontou a carta.

“Os auditores portugueses notaram que os bancos angolanos e as suas sucursais em Lisboa não adotaram os procedimentos necessários (‘due dilligence’) ocultando a origem das transações, criando um ambiente perfeito para a lavagem de dinheiro”, acrescentou

No comunicado, o Banco BNI sublinha que “o BNI Europa é um banco de direito português, regido pelas leis da República Portuguesa e sujeito à permanente supervisão e escrutínio do Banco de Portugal e do Banco Central Europeu”, e que, no âmbito da sua normal atividade, e tal como “os demais bancos europeus”, é “periodicamente sujeito a inspeções por parte do Banco de Portugal” que têm por objetivo verificar “designadamente a robustez e a suficiência dos seus sistemas e as práticas em matéria de prevenção do branqueamento de capitais e do financiamento ao terrorismo”.

Sobre a ação inspetiva relacionada com a prevenção do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo de que foi alvo a sua subsidiária em Portugal entre março e julho de 2016, assinala que esta deu origem a um conjunto de medidas de supervisão – comunicadas “apenas em março de 2018” – cujo cumprimento “está ainda a ser verificado e avaliado pelo Banco de Portugal, sendo entendimento do BNI Europa que desde então cumpriu todas as determinações impostas” pelo supervisor.

Rate this item
(1 Vote)

Latest from Angola 24 Horas

Relacionados

Template Design © Joomla Templates | GavickPro. All rights reserved.