Manuel Cabinda, que falava no final da visita do governador de Benguela, Rui Falcão, ao Hospital Geral de Benguela, explicou que o cidadão chinês reside em Angola e chegou ao país no dia 15 de Janeiro de 2020, proveniente de Addis Abeba, Etiópia.
“Há sete dias, o pa- ciente começou a apresentar um quadro febril, sem dificuldades respiratórias. Perante essa situação, recorreu a uma unidade sanitária da periferia, onde fez os exames e foi diagnosticado com Malária, tendo por isso sido medicado em conformidade com o diagnóstico”, disse.
O tratamento, acrescentou, acabou por não obter os resultados desejados. Por isso, disse, passados alguns dias, o paciente deslocou-se ao Centro de Saúde da Graça, onde fez os testes, cujos resultados voltaram a confirmar Malária. Manuel Cabinda explicou que, no decorrer dos três dias, o cidadão chinês começou a apresentar dificuldades respiratórias, o que foi entendido como uma Malária e Pneumonia adquirida na comunidade.
“O Centro de Saúde da Graça, onde foi diagnosticado e medicado, transferiu o paciente para o Hospital Geral de Benguela. Portanto, é um paciente que não tem nem perfil clínico nem epidemiológico ligado ao coronavírus”, garantiu, acrescentando que o paciente está internado há mais de 50 dias, ou seja, desde 15 de Janeiro.
“Isso, desde já, afasta a hipótese do mesmo ter contraído o vírus e também porque, se assim fosse, as pessoas com quem já manteve contacto já deviam estar a desencadear um quadro clínico próprio do Covid-19”, frisou.
Manuel Cabinda sublinhou que o importante é manter a vigilância epidemiológica, no sentido de se detectar todos os casos suspeitos. “A vigilância quando se torna silenciosa, é muito mais perigoso”, alertou o médico.
Quanto ao Centro de Quarentena, Manuel Cabinda afirmou que já foi criada a Comissão Provincial da Saúde Pública para o Combate ao Coronavírus e que está a trabalhar para a melhoria das medidas preventivas a todos os níveis, fundamentalmente nos pontos de entrada da província, como são os portos, aeroportos e estações do Caminho-de-Ferro, na divulgação dos métodos de transmissão, quadro clínico e formas de prevenção.
“Devemos estar preparados para cenários priores, sempre desejando que nada aconteça”, vaticinou o médico, acrescentando que os casos sus-
peitos serão enviados para o Hospital da Polícia Nacional, no município da Catumbela.
Relativamente às “Fake News” que estiveram e continuarão a estar na origem da criação de situações de pânico no seio dos cidadãos, o director do Gabinete Provincial da Saúde apelou à calma e pediu que as pessoas cumprissem com as orientações oficiais, que a Co-
missão criada em Benguela vai emitindo diariamente após os seus encontros pontuais.
“E é esta comunicação oficial que as pessoas devem seguir, evitando o pânico que pode criar outras situações”, advertiu. Quanto ao equipamento de testagem, Manuel Cabinda garante que a província apenas possui equipamento de colheita de amostras que são encaminhadas para Luanda, cujos resultados são obtidos num prazo não superior a 24 horas.