As mudanças na direcção do MPLA devem ser entendidas no âmbito da preparação desta organização política para a sua campanha eleitoral", disse ao Novo Jornal o deputado da UNITA Alcides Sakala.
O deputado avançou ainda que "estas remodelações vão continuar à medida que se aproximam as eleições gerais e autárquicas, em que os partidos políticos apostam nos seus melhores quadros para a dinamização das suas políticas eleitorais", acrescentou.
Alcides Sakala sublinhou ainda que as mudanças ocorrem tendo em conta não só a pré-campanha eleitoral mas também "o protagonismo da oposição, da UNITA em particular, e a própria conjuntura nacional, caracterizada por uma crise social sem precedentes na história do País desde o fim da guerra civil".
"A medir pelos indicadores sociais e políticos disponíveis, os actores políticos têm consciência das mudanças que vão ocorrer em 2022", frisou.
Sakala apontou com ênfase que "existe um elemento novo" e que tende a ser decisivo, que "é o factor juventude", hoje "mais consciente do que nunca dos seus interesses, que aposta na mudança, na alternância política com a UNITA, em 2022".
"Cresce, de facto, o sentimento nacional de mudança, em quase todos os segmentos sociais, sobretudo nos grandes centros urbanos", acrescentou.
O deputado da CASA-CE, Felé António, por sua vez, disse que "o MPLA está a perder popularidade na província de Luanda e, por isso, a direcção partido decidiu indicar como primeiro secretário do partido, Bento Bento que já ocupou o cargo de 2007 a 2016" por pensar que, assim, pode repetir os efeitos conseguidos no passado.
"O MPLA tem dificuldades para mobilizar as pessoas em Luanda para reforçar a sua organização. Com medo de perder eleições na capital do País, decidiu apostar em Bento Bento, uma figura influente que agora surge a retomar o cargo de primeiro secretário em Luanda", referiu.
E salientou que o regresso de Virgílio Fontes Pereira para líder do Grupo Parlamentar do MPLA e o de Rui Falcão como porta-voz do partido, é um esforço para reforçar a organização tendo em vista as eleições de 2022.
A direcção do MPLA foi buscar, há pouco mais de uma semana, Virgílio de Fontes Pereira e Rui Falcão, para o Grupo Parlamentar do MPLA e secretário para a informação do partido, cargos que já ocuparam antes da chegada do actual líder do partido, João Lourenço, ao poder.
Comité Central reuniu na terça-feira
Entretanto, reunido o Comité Central (CC) do MPLA, na terça-feira, este partido divulgou um comunicado final onde encoraja o sector da agricultura e pescas a dar continuidade na criação de condições para o incremento da produção nacional, tendo em vista o alcance da auto-suficiência alimentar e fazer de Angola um país exportador de produtos agrícolas.
Os membros do Comité Central recomendaram que o Executivo acelere o processo de construção e reabilitação de vias de acesso às áreas de produção agrícola, de modo a facilitar o escoamento dos produtos do campo para os locais de consumo, entre outros aspectos.
Ao Executivo foi, também, recomendado que mantenha a aposta na promoção de investimentos em infra-estruturas de irrigação para a produção agrícola a fim de se mitigar os efeitos da estiagem.
Por último, o Comité Central do MPLA condenou os actos de terrorismo contra as populações indefesas de Cabo Delgado, expressando a sua solidariedade ao povo irmão. NJ